Circuito Popular reúne duas mil pessoas em Cidade Tiradentes

Prova no extremo leste da capital aconteceu dentro do Parque Vila do Rodeio; percurso é o único do circuito que inclui trilha urbana

Cerca de duas mil pessoas participaram da terceira etapa do Circuito Popular de Corridas de Rua da Cidade de São Paulo. E além do título de “um dos locais mais distantes” do centro da capital, a prova em Cidade Tiradentes também celebrava uma característica exclusiva: a única corrida do circuito com um trecho que inclui trilha urbana em chão de “terra batida”, percorrendo os bosques de uma das mais extensas áreas verdes da cidade. Com mais de 613 mil m², o Parque Vila do Rodeio foi o local que permitiu a obtenção dos dois “títulos”. 

Presente para conferir o resultado do trabalho que começou com as inscrições na Subprefeitura, a supervisora de esportes de Cidade Tiradentes, Marisa Pimentel, lamentava apenas o mau tempo que trouxe chuva à região na noite anterior. “Choveu durante a madrugada e muita gente que já conhece o percurso de outros anos sabe que isso pode causar problemas em alguns trechos de terra batida”, avalia. “Mas a participação foi ótima. As vagas para a inscrição se encerraram no mesmo dia que abrimos. Foi um período das 8h às 17h e as vagas acabaram no mesmo dia”, explica. Cerca de 1.200 vagas foram feitas diretamente na Subprefeitura da região e outras 800 disponibilizadas através da internet.

E o Circuito também começa a se tornar ponto de encontro de famílias. Felipe Contrera levou a noiva, Gabriela e os primos Guilherme, Gustavo e Felipe para correr pela primeira vez. Morador da zona oeste da capital e já acostumado ao Circuito Popular, Felipe esperava baixar o próprio tempo de 21 minutos e continuar correndo nas provas gratuitas. “Existem provas boas, mas algumas custam até R$ 150,00 a inscrição. Fica complicado”. Arthur Contrera se aquecia para inaugurar sua participação no Circuito sugerido pelo primo. “Nossa família gosta e pratica esportes e esta é uma ótima maneira de se reunir aos domingos também”, avaliava, enquanto fazia alongamento ao lado dos irmãos.

A gratuidade das inscrições, aliás, foi um dos motivos de celebração para vários participantes. Era o caso de Ricardo Messias, 31 anos, estudante recém-formado de Educação Física. Morador de Cidade Tiradentes, Ricardo confessa que não participaria de tantas provas se não fossem as oportunidades do Circuito Popular. “Além de ser na minha região, o percurso também inclui retas planas, subidas e descidas, então exige um pouco de tudo o que a gente faz nos treinos”, analisa. “A única coisa que pode ter uma melhoria considerada é a distribuição dos kits. Ter que procurar o nome na hora ainda é complicado e atrasa muita gente. Isso ainda pode melhorar”, sugere o corredor.

Givaldo de Oliveira, 38 anos, finalizou os 5km de percurso da corrida em pouco mais de 19 minutos e quando parou para recuperar o fôlego, se juntou ao “coro” de corredores que celebram as inscrições gratuitas. “Mesmo sendo associado de algumas entidades, mesmo ganhando desconto, as provas continuam caras. O Circuito é bom por isso”, avalia o morador de Tucuruvi que treina três vezes por semana com uma equipe de 10 pessoas no Parque da Juventude. “A prova foi ótima. Senti um pouco a perna nas subidas e no trecho de terra batida, mas nem esperava fazer em tão pouco tempo. Doei sangue ontem!”, reflete sorrindo.

Pouco antes de Givaldo, Maria Silvania da Silva foi a segunda mulher a cruzar a linha de chegada, com o tempo de 18 minutos e 6 segundos. Moradora de Guarulhos, a empregada doméstica e estudante de educação física é um bom exemplo dos corredores que compõem os pódios do Circuito Popular. “Pagar inscrição do próprio bolso é complicado. Eu tenho que trabalhar e pagar minha faculdade. Sempre corri graças à ajuda e patrocínio de outras pessoas”, afirma. “Descobri o circuito este ano, treinando no Bosque Maia, um parque de Guarulhos. Ouvi um grupo falando das inscrições e fui atrás para me inscrever na Subprefeitura. Já fiquei em segundo lugar nas três primeiras etapas (Sé, Vila Maria e Cidade Tiradentes). Agora quero correr todas as etapas em 2013 e conquistar o primeiro lugar, é claro”, finaliza sorrindo. Silvânia treina diariamente, no período da manhã às 5h30, antes de entrar no trabalho e às 17h, depois do trabalho, antes de ir para faculdade. De onde vem tanta energia? “É vontade de vencer na vida”, revela a medalha de prata do dia.

E quando a premiação já havia terminado e os corredores já deixavam o Parque, a linha de chegada tocava o último “bip” do dia, registrando o tempo do último corredor a completar o percurso. Com deficiência nos membros inferiores, João Simeão, 48 anos, participou da prova utilizando-se de muletas e decidiu terminar os 5km sozinho, sem ajuda de amigos e sem auxílio da organização. Levou mais de uma hora para finalizar o percurso. “Isso é minha fisioterapia e minha motivação”. Discurso de campeão.
Confira o pódio da Terceira Etapa do Circuito:

MASCULINO
Magnum Costa – 14m36s
Adenilson Silva – 14m37s
José Carlos dos Santos – 14m45s
Luzivan Fernandes – 14m50s
Lucivando Araújo – 15m00s

FEMININO
Rosângela Silva – 18m00s
Maria Silvânia – 18m06s
Marinilce Barbosa – 18m19s
Carmelita Silva Santos – 19m55s
Rosana Balvino – 20m05s

Texto:
Eder Brito - esbrito@prefeitura.sp.gov.br
Fotos:
Francisco Pinheiro

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