A caminho do Olimpo

Brasil classifica oito atletas para os Jogos Pan-Americanos em Toronto

Treino, foco e muita concentração. Esses são os ingredientes necessários para realizar qualquer sonho. E a Seleção Brasileira fez bonito disputando as seletivas dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, conhecido como Pré-Pan, que aconteceu, em Tihuana, no México e começou dia 4 de junho. A equipe brasileira de Boxe fez do Centro Esportivo Joerg Bruder o palco de preparação a esse grande evento, e de dez atletas, oito conquistaram vagas e vão nos representar no Canadá.

A equipe da imprensa da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação (SEME) esteve em um dos treinamentos, e conversou com o treinador da Seleção, Cláudio Aires, e também com três lutadores: Juan Gonçalves Nogueira, Adriana Araújo e Clélia Marques.

Clélia Marques

As duas meninas infelizmente não conseguiram a classificação; Clélia passou por um mal-estar antes de sua estreia e desistiu do Pré-Pan. A medalhista olímpica Adriana Araújo perdeu na primeira luta para a canadense Carolyna Veyre e também não vai para Toronto. Juan, junto com mais sete atletas, conseguiu a classificação para o Pan-Americano, e irá nos representar no Canadá. 

Adriana Araújo

 

O Mestre

Treinar uma equipe tem que ter muita disposição e força. Requisito que Cláudio Aires tem na forma literal e figurada. O paulista, morador da região periférica da zona sul, foi lutador profissional da seleção por 15 anos. Disputou jogos panamericanos e conquistou medalha de bronze em 1999, em Winnipeg, no Canadá, pela categoria super-pesado (acima de 91 kg). Há 11 anos, faz parte da comissão técnica da Seleção Brasileira de Boxe.

Em toda a sua vida, sua inspiração e garra vieram de nomes famosos, como o brasileiro Adilson Rodrigues, o ícone Maguila. Pela história do boxeador e de tudo que ele conquistou Cláudio o fez de espelho e levou com inspiração para sua carreira. “A gente se identifica mesmo com aquele povo brasileiro, sofredor, que ganha às coisas na raça, na vontade. Aquele cara que literalmente tem que lutar para sobreviver”, relata.

Cláudio também agradece e enaltece a estrutura disponibilizada pela SEME: “Eu sempre procuro ressaltar que a gente agradece a Secretaria e ao Secretário pelo apoio, pelo trabalho que ele faz junto conosco aqui. Eu acho que isso é super importante, e que os clubes possam olhar, não só ao boxe que é a minha modalidade, mas com outra visão. Uma visão de que o esporte dentro dos clubes da cidade hoje é um divisor de águas. Porque se não tivermos isso hoje dentro dos clubes da cidade, muitos garotos e muitas garotas estariam aí sem fazer nada.”, finaliza. 

O menino gigante

Após passarmos algum tempo no ginásio de treino da Seleção Brasileira de Boxe no Centro Esportivo Joerg Bruder, entre o ringue e a louca valsa dos sacos de pancada, conduzidos pelos lutadores no treino, encontramos Juan Gonçalves Nogueira, de 27 anos. Se foi coincidência ou destino, realmente não sabemos. Mas a verdade é que Juan foi formado na academia de boxe do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), justamente com o professor que até hoje ensina suas técnicas na Alameda Iraé, Messias Gomes.

Juan sempre foi maior do que a maioria dos garotos de sua idade; aos 12 anos ele já media 1,77. E foi por conta disso que seu melhor amigo na escola o convidou para fazer uma aula experimental na academia do Centro Olímpico. Já que ele não tinha nada a perder e não queria nada com isso, ele foi fazer essa aula experimental. E foi como quem não quer nada que Juan foi aos poucos se apaixonando cada vez mais pelo boxe, e seguiu treinando com o professor Messias. “Fiz minha primeira luta, gostei pra caramba, aí peguei amor. Fiquei ali e fui campeão infantil, ganhei vários campeonatos, fiquei oito anos no Centro Olímpico”.

E seu maior sonho é bem claro: “Medalha olímpica. Eu tenho que ser campeão olímpico. É o sonho de qualquer atleta. Medalha olímpica é o ápice de qualquer atleta. Não é nem Mundial, é medalha olímpica”.

E quando se fala em inspiração, Juan não hesita. Mike Tyson até hoje é um de seus maiores ídolos, por “ser um dos lutadores de mais técnica que já existiu”. E quando perguntado se há no Brasil alguma inspiração, é Éder Jofre na cabeça. “Foi bicampeão do mundo, Galo de Ouro, era fora de série. Quando a gente vai para fora (lutar no exterior) os mais antigos ainda perguntam do Éder Jofre."

E aos nossos boxeadores, todo o apoio para que o sonho de alcançar o lugar mais alto do pódio seja enfim, realizado. Tanto no Pan, como nas Olimpíadas ano que vem: rumo ao Ouro, Brasil!

Texto: Leandro Olovics – laoalves@prefeitura.sp.gov.br e Ludmilla Florêncio - ljflorencio@prefeitura.sp.gov.br
Foto: Stephanie Frasson – sbffranco@prefeitura.sp.gov.br
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