De volta para casa

Chocolate, atleta convocado para as Olimpíadas de 2016, visita o COTP

 

Joedison de Jesus Teixeira, o Chocolate, nasceu em Salvador (BA) e começou a treinar boxe devido ao seu pai, Joceval. Quando soube que seu grande herói, que conquistou títulos estaduais e brasileiros, iria desistir de seu grande sonho, Chocolate decidiu treinar.

Aos 11 anos começou no Centro Esportivo Santo Amaro junto com o treinador Messias, que já comandava os treinos de seu pai. Depois de um ano, Messias foi para o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) e levou consigo sua promessa.

Chocolate admite que o treinador, responsável por sua evolução dentro do esporte, foi essencial na sua vida esportiva e pessoal. “O Messias sempre me acompanhou na escola, então se ele não estivesse por aqui, eu não teria nem ido bem nos estudos.”, brinca.

Convocado para a Seleção Brasileira em 2009, Joedison havia feito uma seletiva para viajar ao Equador e disputar o campeonato Pan-Americano cadete, no qual levou a medalha de bronze. No mesmo ano, disputou o brasileiro cadete e foi campeão.

Iniciou na Seleção em 2010 e a partir de então provou seu dom genético. Foi bicampeão brasileiro cadete (2009 e 2010), bicampeão brasileiro juvenil (2011 e 2012), tricampeão brasileiro adulto (2011, 2013 e 2014), bicampeão juvenil do Torneio Continental na categoria cadete no Equador (2012), Campeão do World Combate Games em São Petersburgo (RUS) – 2013, Ouro no Pré-Pan-Americano e Bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto (2015).

Sobre ser o reserva do Everton, Chocolate desabafa: “Ele era mais experiente, já tinha participado de duas olimpíadas, então o Brasil contava mais com ele, eu ainda não era uma realidade. A partir do final de 2014 que eu comecei a ser essa realidade e mostrar o meu talento como titular.”.

Por ser país sede, o Brasil teria direito a cinco vagas das dez modalidades masculinas, menos o pesado e o super pesado que, por terem poucas vagas, são obrigados a disputá-las. Assim, decidiram prestigiar a vaga para Chocolate, Julião, Patrick, Robenilson e Michel e, na categoria feminina, Adriana Araújo, atleta que também treinou no Centro Olímpico.

“Ano passado eu fui pro evento teste das olimpíadas e nos meus olhos só via brilho, é uma coisa de doido e eu fui campeão, ganhei do número um do mundo. Estou muito feliz.”, diz ainda não acreditando.

Chocolate cresceu e evoluiu dentro do Centro Olímpico e enfatiza a importância de sua passagem. “Se tem uma coisa que eu sei que foi essencial no meu aprendizado, na minha carreira, foi o Centro Olímpico. Eu comecei desde menino, no infantil, e eu cresci treinando aqui. Em 2008, eu fui campeão e melhor atleta do campeonato. No outro ano, ainda era cadete e o Messias conseguiu me inscrever como adulto com a autorização e eu já fui campeão de todas as competições estaduais e brasileiras. Se teve uma coisa que me incentivou foi o Centro Olímpico, o Messias e o apoio que ele dá. O que eu mais tinha dificuldade em casa era a passagem para vir treinar e aqui eles me proporcionavam isso.”

Ao Joedison, o brasileiro deseja toda a sorte. Ao brasileiro, os atletas desejam que não valorizem apenas os medalhistas e sim os que batalham todos os dias sonhando chegar aonde o Chocolate chegou. A valorização de um atleta deve vir do seu povo.

Torceremos muito por você, Chocolate. Esperamos que sua humildade, simplicidade e brilho entrem com você no ringue e que volte sabendo que deu o seu melhor. O Brasil está com você.

 

Texto: Estella Gomes - ecgomes@prefeitura.sp.gov.br

Fotos; Daniel Alves - dalves@prefeitura.sp.gov.br