Ruas de Brincar muda cotidiano na Brasilândia

Moradores da região aprovam a iniciativa da Prefeitura e se divertem durante todo o domingo


Por Gabriel Pernambuco
Fotos: Pedro Piva

“Vamos usar a rua e nos divertir”. E o pedido do locutor foi prontamente atendido por meninos, meninas, senhoras e senhores que estavam na Avenida Humberto Gomes Maia, no bairro da Brasilândia, periferia de São Paulo, no último domingo (12/09). Em meio a pernas-de-pau, uma quadra inflável de futebol, uma tabela de basquete, entre outras atividades, a população da região viu sua rotina mudar, com a presença do programa Ruas de Brincar, uma iniciativa da Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação.

Lúcio José das Neves, liderança da comunidade, falou um pouco da história da avenida e do movimento encontrado por lá: “Eu moro na Brasilândia há 35 anos. Nessa avenida, normalmente, a gente tenta fazer de tudo para conter a marginalidade e proporcionar alternativas para a carência encontrada aqui”. Ainda segundo Lúcio, o Ruas de Brincar chegou no momento certo. “É a hora que as crianças mais precisam de atenção. Nós já fazíamos algumas atividades na rua, mas era difícil evoluir. Com a chegada do projeto da secretaria, apimentamos muito mais a situação e damos crédito para quem merece - as crianças da comunidade e a Secretaria de Esportes”.

A rotina dos moradores do bairro mudou, para melhor, nesse domingo. É o que diz o vendedor Ramos Azevedo, dono de um pequeno comércio na frente da praça que beira uma das calçadas da Humberto Gomes Maia. “Faz bem receber o Ruas de brincar. A molecada que não tem onde brincar, agora tem. Se eles não tivessem brincando, iam estar fazendo arte por aí. É muito gostoso poder trabalhar tranqüilo, sabendo que seu filho está na porta de casa se divertindo e não perdido por aí, fazendo sei lá o que. Faz bem para ele, faz bem para mim, faz bem para todo mundo”.

O sucesso da iniciativa da Secretaria Municipal de Esportes, Subprefeitura da região e lideranças da comunidade local foi constatação unânime entre realizadores e moradores da Avenida Gomes Maia e proximidades, como Luiz Felipe do Amaral, 13 anos: “To achando muito legal, uns jogando bola, todos se divertindo. To achando ‘dá hora’. Se não fosse isso, eu iria para a igreja de manhã e não ia fazer nada a tarde inteira. Como tem essas atividades, fica tudo muito mais legal. Vou aproveitar a tarde inteira”.

Alex Sander Nogueira, supervisor de esportes da subprefeitura da Brasilândia, endossa a opinião do garoto e conclui, mostrando o objetivo real da ação: “Nós viemos atender a comunidade do entorno, que muitas vezes não tem um equipamento esportivo a seu alcance. Queremos tirar a criança da ociosidade e trazer atividades simples, que elas mesmas podem produzir e que isso possa ocorrer de maneira prazerosa”.