Final da Copa dos Refugiados representou também uma luta contra a xenofobia

Enquanto a competição acontecia, várias pessoas que passeavam pelo Parque Aclimação pararam para assistir

A final paulistana da Copa dos Refugiados foi realizada neste domingo (02), no Estádio Jack Marin. A disputa foi entre Níger e Nigéria em uma manhã agradável na zona sul de São Paulo.

No primeiro tempo, como na semifinal, o time de Níger saiu na frente com os dois primeiros gols, marcados pelo camisa 12 Onyedikq Colistine, e depois pelo Chukuwedi Hyinth, camisa 17. Logo em seguida, a Nigéria marcou o seu primeiro gol com o camisa 10 Collins. No segundo tempo, a Nigéria empatou o jogo com o camisa 7 Henry. A partida foi parar nos pênaltis e o Níger venceu perdendo apenas uma cobrança. A seleção africana representará o estado de São Paulo na etapa nacional da competição.

O jogo foi apitado por Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza, da CBF. O árbitro já participou de jogos do Brasileirão e também da final do Campeonato Paulista de 2018. Sem ganhar nada em troca, aceitou o convite para comandar o duelo de domingo. “Acho muito importante participar de projetos como esses, principalmente para combater a xenofobia”. Marcelo completou dizendo que pretende participar de outras edições.

No evento, estavam presentes o secretário municipal de Esportes e Lazer João Farias, e o coordenador Geral da Copa dos Refugiados Abdulbaset Jarour, que entregaram o troféu para os campeões. O presidente da ONG África do Coração Jean Katumba, representantes da Cruz Vermelha, representante da ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), Miguel Pachioni e representantes da secretaria dos direitos humanos também marcaram presença.

Além da Copa
Nas grades do estádio estavam estendidas bandeiras de protesto contra a xenofobia, com frases como “Bem vindxs Refugiadxs” e “Xenofobia Não!”. Os jogadores se sentiram acolhidos pela torcida. Simple, jogador do Níger, disse que é uma alegria jogar com pessoas que têm histórias parecidas. “Todos jogamos juntos, todos somos irmãos”, afirma.
Assim que a partida terminou, os vencedores fizeram uma fila para cumprimentar e abraçar os adversários e a festa foi conjunta.

Texto e Fotos: Tainara Cavalcante