ESPORTE PARA TODOS, NAS RUAS

Há cinco anos no comando do maior evento esportivo ininterrupto do mundo, Thiago Lobo põe São Paulo para fazer esporte nas ruas

 

 

Thiago Antunes Cavalca Reis Lobo. Esportista, dentista e odontologista com especialização esportiva trabalha na Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação da cidade de São Paulo e desde 2007 é o Coordenador de Esportes Radicais da Virada Esportiva da SEME. Thiago almeja que os esportes radicais sejam mais conhecidos da população mais carente e tenham acesso às novas modalidades.

AI- Quais suas principais atribuições na SEME?
TL - Implementar ainda mais os esportes radicais e alternativos e trazer novos eventos para a Secretaria. Também fomentar o desenvolvimento de cada modalidade e estimular os que são pouco difundidos na cidade como os esportes náuticos entre outros. Até agora já trabalhamos aproximadamente com 160 esportes que não eram difundidos como vela, remo, canoagem, etc.

AI- Como será a Virada 2011?
TL- O nosso principal foco este ano será atender a periferia como um todo, aumentar os eventos em mais de 1000 locais e alcançar 2500 ações espalhados na cidade. Incrementar várias atrações diferenciadas, ou seja, levar diversidade de modalidades nas comunidades mais distantes. Queremos apresentar a inclusão e a integração das pessoas, para elas conhecerem de perto novas atividades e também desfrutar de esportes menos conhecidos. O cidadão terá a oportunidade de fazer novas amizades e descobrir os inúmeros cartões postais da cidade, tais como Vale do Anhangabaú, Represa da Guarapiranga, Museu do Ipiranga, Memorial da América Latina, entre outros locais da nossa cidade.

AI- Qual a sua expectativa?
TL- Esperamos repetir o sucesso de 2010 quando a Virada foi reconhecida pelo Estadão/Ibope como melhor ação da Prefeitura do ano, quando alcançamos três milhões e trezentas mil pessoas. Queremos melhorar a qualidade e a diversidade dos eventos. Estamos preparados para isso.

AI- E a estrutura para a realização?
TL- A Virada acontece desde 2007, de lá prá cá, não paramos mais, sempre estamos pensando na próxima. Fazemos uma avaliação a cada Virada, que serve de base e tiramos lições dos erros e aproveitamos o que deu certo e investimos para melhorar a qualidade dos eventos que a sociedade tanto espera.

AI- O esporte nas políticas públicas pode melhorar?
TL- Pode e deve. O esporte é instrumento de inclusão social; quando não formamos um atleta, pelo menos ajudamos a formar um cidadão de bem, amelhorar a qualidade de vida dele e da sua família e isto pode servir de base para um convívio mais saudável e tirar o jovem da marginalidade e também do ócio.

AI- Temos condições de realizar competições de alto nível como, por exemplo, as Olimpíadas de 2016?
TL- Acho que temos, sim. O Brasil é um país de dimensões continentais que tem atrativos naturais e um povo hospitaleiro. Com mais transparência, organização e fiscalização podemos dar um salto de qualidade no esporte de alto rendimento.