O Futebol Americano, criado nos Estados Unidos durante o século XIX, é considerado um esporte variante do Rugby. Surgiu durante uma partida entre as universidades de Harvard e Yale. Porém, os times jogavam de modo diferente, até que entraram em acordo e Yale adaptou as regras do Rugby ao novo esporte, enquanto Harvard introduziu o modo de correr com a bola oval na modalidade.

Primeiros passos
Assim, a primeira organização responsável pelo Futebol Americano foi a Intercollegiate Football Association, formada pelas duas universidades, junto de Columbia e Princenton. Atualmente, o jogo é disputado em um campo que pode ter grama natural ou sintética. A divisão do campo se dá em 20 zonas de cinco jardas cada uma. O local da marcação de pontos é em formato de Y, segurado por uma barra a três metros do solo. Já a bola utilizada é feita do mesmo tipo de couro utilizada na bola de basquete. As regras do Futebol Americano são as seguintes: a partida é dividida em quatro tempos de 15 minutos, com dois times tendo 11 jogadores cada, apenas um jogador tem a função do ataque e todos os outros defendem.

Em terras tupiniquins
No Brasil, a modalidade teve o primeiro contato com a população em 1969, quando uma partida da NFL (National Football League) foi transmitida pela extinta TV Tupi. Hoje em dia, os canais Disney ESPN transmitem os jogos da competição.

Inclusive, durante o Super Bowl 2016, segundo dados do Ibope, teve audiência de 62% - a maior já registrada no Brasil. Com o aumento da popularidade do esporte no país, surgiram equipes e ligas nacionais. Desde 2000, há a disputa de uma liga no estado do Rio de Janeiro denominada de Carioca Bowl. Em 2010, foi criado a LBFA (Liga Brasileira de Futebol Americano), que deu origem à CBFA (Confederação Brasileira de Futebol Americano).

Futebol Americano na SEME
No Centro Esportivo Tietê, local administrado pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer de São Paulo (SEME), treina aos finais de semana, das 08h às 12h, o Caniballs Football Club, equipe formada por admiradores da modalidade.
Praticado por homens e mulheres, o esporte exige grande treinamento físico e envolve algumas habilidades como agilidade, coordenação e reflexo. Um dos membros da equipe é Lukas Prado. Para ele, o esporte representa tudo na sua vida.

“Eu conheço o Futebol Americano há muito tempo. Começou através de filmes, porém só fui conhecer bem mesmo depois que conheci meu sócio na faculdade. Eu sou praticante há seis anos e acredito que, como todo esporte, te trás saúde, mas o diferencial da modalidade é o ‘Flag’, que é a capacidade de agregar todos os biotipos, sejam elas pessoas altas, baixas, gordas, magras e etc., todo biotipo é importante no Futebol Americano”.

Esse interesse pela modalidade nos tempos de universidade foi um dos motivos que levaram o jogador a criar o time junto de outro colega, que via a necessidade de implementar também conhecimento físico.

“Tínhamos acabado de nos formar e meu sócio gosta muito de Futebol Americano, ele passou em uma seletiva de um time grande na época. Chegando lá, percebeu que não tinha nenhum educador físico na aula e eles já esperavam um nível técnico bom para o time, sendo que nunca aprendemos esse esporte antes. Foi aí que tivemos a idéia de criar o nosso time/escola para poder ensinar o esporte para todos”.

O Caniballs é formado por cerca de 100 atletas no masculino e 25 no feminino. Essa última categoria, mesmo tendo um público menor conhecido, vem crescendo também.

“Existem sim times femininos. Se forem comparar com os homens, as mulheres têm menos interesse nesse esporte, porém vêm bastantes atletas entrar em contato com a gente para poder praticar o esporte”.

Aos poucos, o Futebol Americano vem ganhando apreço pela população brasileira e, assim, se desenvolvendo e recebendo novos praticantes.

“Apesar de ter campeonatos oficiais, o esporte é visto como amador ainda, principalmente pela falta de patrocínio e pela falta de mídia que tem. Posso dizer pelo Campeonato Paulista que jogamos que o nível dos campeonatos é alto sim. O Nacional deixa a desejar por conta da locomoção, um time de São Paulo nunca vai enfrentar um time muito longe, por exemplo, por conta da falta de estrutura dos times e dinheiro para locomoção”.

Esses problemas de estrutura, ao menos, Lukas não encontra no Centro Esportivo Tietê. O jogador elogiou as condições disponibilizadas para os treinamentos da sua equipe.

“O Centro Esportivo ajuda muito pelo espaço e pelo gramado sintético, pela sua localidade também, próxima ao Metrô”.

O Centro Esportivo Tietê fica na Av. Santos Dumont, 843, no Bairro da Luz. O clube fica aberto de segunda a sexta, das 06h às 23h, e finais de semana e feriados, o funcionamento é das 06h às 18h.

Texto: Cristian Moraes - cristianrocha@prefeitura.sp.gov.br
Imagem: Divulgação/Lukas Prado