A pandemia do coronavírus afetou diretamente a saúde física e mental das crianças. Com raras exceções, são quase dois anos “fincadas” em casa, com a atenção voltada quase que exclusivamente para o celular e outras “telas”. As atividades físicas deixaram de ser prioridade no planejamento dos pais, que também passaram a ter outras preocupações.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as crianças e adolescentes precisam fazer no mínimo 60 minutos de exercícios físicos por dia, para não serem consideradas sedentárias.

Mas com o isolamento social e, consequentemente, a falta de exercícios, muitas crianças acabaram apresentando problemas de saúde ansiedade, depressão, estresse e até obesidade.

 

Millena Lima, de 28 anos, mãe de 3 crianças: Nycolly , 9, Bryan, 7, e Fiorella, 4, afirma ser um tempo muito difícil e de preocupação com a saúde de seus filhos, principalmente com a da mais velha que faz tratamento contra a obesidade infantil.

E com o isolamento social, o progresso no tratamento acabou sendo comprometido, pois a ansiedade ocasionou novamente a compulsividade por comida.

 

“Não saímos muito de casa, às vezes vamos ao “parquinho” que é próximo daqui, mais nada além disso. As crianças ficam mais nos celulares e na televisão. No início até que gostaram de poder ficar em casa, mas com o passar de dois meses de isolamento, fui percebendo o impacto que isso estava causando neles: estresse, crise de ansiedade e aumento de peso. Elas começaram a ficar menos ativas e muito distraídas, e não veem a hora de poder voltar ao normal novamente”, declarou.

 

A prática de exercícios e atividades físicas é de grande importância para a saúde infantil, pelo desenvolvimento cardiopulmonar, muscular, mental, de equilíbrio, além de promover o fortalecimento do sistema imunológico.

 

A pediatra especialista em endocrinologia, Dra. Paula Brito, explica que a atividade física em qualquer idade é de grande importância tanto para a saúde física como a mental, e que a intensidade pode variar de acordo com a idade e tipos de exercícios.

Ela recomenda que seja praticado algo da preferência da criança, e se caso for em um nível de competitividade buscar uma orientação mais especifica, além de não fazer nenhuma atividade física em jejum.

Para a Professora de Educação Física Jéssica Nascimento, inserir e apresentar às crianças as práticas de atividade física, após um longo período de inatividade, será um recomeço.

Jéssica ressalta a importância dos pais e responsáveis em deixar os celulares, TVs e computadores de lado, e apresentar e resgatar algumas brincadeiras básicas do dia a dia, estimulando assim a imaginação e a criatividade das crianças.

“As crianças retornarão e algumas iniciarão as atividades gradativamente, e com baixa intensidade para poder retornar e aprender a trabalhar a questão de respiração, do movimento e desenvolvimento motor”, afirma.

 

 

 

Texto: Deusarina Santana - dasantana@prefeitura.sp.gov.br

Imagem: Gustavo Ardanuy - gustavoardanuy@prefeitura.sp.gov.br