O Fortaleza Esporte Clube anunciou recentemente a treinadora Débora Ventura para assumir o comando do time feminino. Débora assume a equipe nordestina após um alguns anos fazendo parte da comissão técnica do time feminino do Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP), equipamento administrado pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer (SEME).

A treinadora de 39 anos passou por diversos clubes e centros esportivos da cidade de São Paulo. Além disso, ela acumula passagens pela Seleção Brasileira de base como auxiliar técnica, disputando a Copa do Mundo Sub-17 de 2018 e conquistando o Sul-Americano Sub-17 do mesmo ano pela seleção.

Débora é a primeira mulher a obter a Licença PRO da CBF, além de ser Instrutora do Curso de Treinadores de Futebol da CBF Academy nas Licenças C e Futebol Feminino. Débora também se formou no curso de treinadores da UEFA realizado na Holanda.

Quando decidiu ingressar no meio do esporte? Especialmente no futebol?
R: Desde criança eu queria ser professora, seja para lecionar alguma disciplina ou alguma modalidade. Então, me formei em educação física. Além disso, eu fui atleta profissional até os 17 anos, joguei na Inter de Limeira e participei de competições como Campeonato Paulista Feminino.

Quais são suas qualificações?
R: Primeiro eu fiz a faculdade de educação física, depois em um dos concursos que eu passei da Secretaria de Esportes de São Paulo eu fiz um curso gratuito em parceria com KNBV (Real Associação Neerlandesa de Futebol). Logo após, fiz o curso da UEFA de treinadores na Holanda. Na CBF, eu fiz todos os módulos para treinadores do CBF Academy, sendo as licenças C,B, A e a pró.

Quando e onde foi o primeiro trabalho como treinadora?
R: Meu primeiro trabalho foi ainda na faculdade, quando participando de um curso de desenvolvimento da pessoa através do esporte. Depois, trabalhei como treinadora de futebol na Secretaria de Educação e de Esportes da cidade de São Paulo.

Como foi a experiência de trabalhar no Centro Olímpico?
R: Trabalhar no Centro Olímpico me fez crescer ainda mais profissionalmente, entender melhor quem eu sou, o meu papel e no que eu posso ajudar para melhorar o desenvolvimento do futebol feminino de base no Brasil.

Como surgiu o convite do Fortaleza?
R: O Fortaleza estava iniciando um processo de reformulação da comissão técnica do clube. O convite surgiu a partir de um amigo meu, que pediu meu currículo. Então, participei de algumas entrevistas e assumi a equipe feminina do clube.

Você acha que o futebol feminino no Brasil está evoluindo? Na sua opinião, o que ainda pode melhorar?
R: Sim, o futebol feminino está evoluindo. O que acontece hoje é que cada vez mais estamos conquistando o nosso espaço, diferente de outras épocas, quando conquistávamos espaço e ao mesmo tempo perdia. Agora, nossa conquista está muito mais significativa e ligada muito mais ao nosso desenvolvimento social.
Ainda temos muito o que melhorar, nossas condições de trabalho, os espaços, as oportunidade, melhores estruturas e o incentivo.

Quais são seus objetivos na carreira daqui para frente?
R: Meu objetivo como treinadora é me firmar cada vez mais no mercado e ser feliz sendo treinadora de futebol.

Texto: Leonardo Lopes - llsilva@prefeitura.sp.gov.br

Foto: Arquivo SEME