Massah - O toque oriental no beisebol brasileiro

Nosso entrevistado do dia para a série “Essa é a Nossa Gente” é Massah Fujimoto, assistente de direção do Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi.

Texto: Paulo Sergio Serra Teixeira
pauloserra@prefeitura.sp.gov.br

Paulo Gervino
pantar@prefeitura.sp.gov.br

Vanessa Dini
vdini@prefeitura.sp.gov.br

Fotos: Paulo Gervino
pantar@prefeitura.sp.gov.br


Nosso entrevistado do dia para a série “Essa é a Nossa Gente” é Massah Fujimoto, assistente de direção do Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi
Massah Fujimoto tem 49 anos, nasceu na cidade de Marília, interior de São Paulo, e veio para a capital paulista estudar. Inicialmente, entrou no curso de engenharia civil, no Mackenzie, mas, no 3º ano abandonou esta graduação para cursar Marketing, na ESPM.

Nosso entrevistado do dia sempre esteve envolvido com beisebol. Ele era praticante, e trabalhou em um clube de Marília com o esporte. Com essa experiência, foi chamado para administrar o complexo e trabalhar na escola do Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi, onde está há 16 anos. Atualmente, Massah é assistente do diretor, e ajuda na organização de competições.

O Mie Nishi é o único estádio público do Brasil a oferecer aulas de beisebol, gatebol e sumô, além de sediar competições nacionais, estaduais e regionais, todas oficiais. “Nós oferecemos cursos para iniciantes, chances para quem não tem oportunidades em clubes. Nos clubes, a carga de treinamento é maior, e os alunos são lapidados conforme seu talento individual, aqui as aulas começam do zero, nós ensinamos igualmente todas as posições em que o atleta pode atuar. E o mais gostoso é que o pessoal já nos procura gostando do esporte, eles vêm para treinar de todas as regiões da cidade”. No Brasil, infelizmente, o beisebol ainda não foi profissionalizado, mas são cerca de 8 a 10 mil praticantes só em São Paulo.

Massah nos conta que um momento marcante de sua carreira foram quatro grandes eventos Brasil x Japão que ocorreram no Mie Nishi no centenário da imigração japonesa. Ele ajudou em praticamente tudo na preparação desses jogos. O jogo entre a seleção olímpica de softbol japonesa contra a equipe do estádio também foi lembrado.

Além disso, ele fica feliz, pois vários atletas que treinavam no Mie Nishi estão indo para grandes ligas de beisebol, como Tiago Magalhães, do Cincinnati Reds (EUA) e Paulo Roberto Orlando e André Rienzo, que estão na disputa para entrar na Major League (principal liga de beisebol do mundo).

Segundo Massah a modalidade do beisebol que está crescendo bastante no Brasil é a Universitária. “São pessoas que não tiveram oportunidade de treinar quando crianças que estão montando times e jogando em ligas paralelas, sem participar de nenhum clube, em uma espécie de várzea. Essas pessoas difundem o esporte, pois passam para seus filhos e netos, que são as próximas gerações”.

Além do beisebol, Massah também convive diariamente com praticantes de gatebol e sumô (são cerca de 60 lutadores no Mie Nishi). “Aprendi tudo que sei sobre sumô aqui. Esse esporte tem todo um ritual, e, incrivelmente, no Brasil 90% dos praticantes é de não descendentes de japoneses”, confessa.

Sobre o Mie Nishi e seu trabalho, pondera: “Gosto muito de trabalhar aqui, é uma convivência de longa data, desde que tudo em volta do estádio era terra, depois colocaram gramado e agora teve essa reforma para reestruturação do estádio. Conheço tudo, quero continuar, mas como estou em um cargo de comissão, às vezes, com uma mudança no governo às coisas podem mudar.”

Um dos sonhos de Massah para o estádio, é a instalação de iluminação para possibilitar jogos noturnos. “O público aumentaria bastante, seria como no exterior.”

Nas poucas horas livres, Massah prefere ficar em casa: “Não tenho tempo para fazer quase nada, os jogos são aos finais de semana, então, o que seria meu tempo livre eu passo aqui. Mas quando acontece, gosto de ficar com a família, às vezes jogo tênis de mesa, e adoro cozinhar, sou especialista na culinária espanhola”.

Massah, sempre atencioso, sério e de conversa fácil, é fundamental para o Estádio Municipal de Beisebol Mie Nishi e para a Secretaria de Esportes. Ele também faz parte da Família SEME.