Secretaria de Esportes lamenta falecimento do medalhista Nelson Prudêncio

Vitimado de um câncer no pulmão, o ex-atleta do salto triplo faleceu na madruga desta sexta-feira (23) na cidade de São Carlos

 É com pesar que a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação (SEME) e o Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa (COTP) informam o falecimento de Nelson Prudêncio, aos 68 anos. Considerado um dos mais importantes nomes do atletismo mundial, ele estava internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da Casa de Saúde de São Carlos (SP) para tratamento de um câncer de pulmão em estágio avançado. O velório aconteceu nas dependências do Cemitério Municipal Nossa Senhora do Carmo, em São Carlos, na manhã desta sexta-feira. O sepultamento ocorreu por volta das 16h30.


Seguindo o legado do bicampeão olímpico Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo, Prudêncio, natural de Lins (SP), ganhou duas medalhas olímpicas para o Brasil. A primeira, de prata, veio nos Jogos Olímpicos da Cidade do México (1968). A segunda, de bronze, conquistou quatro anos depois em Munique.


A paixão pelo atletismo foi posterior à paixão de menino, o futebol. Nelson foi convidado a jogar pelo São Paulo Futebol Clube, mas, por determinação do pai, apenas manteve os estudos na área de contabilidade.


No início da carreira como atleta, trabalhava como torneiro mecânico e treinava apenas duas vezes por semana. Entre seus títulos está a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg (1967), no Canadá, saltando 16,45 metros. Mas o sonho realizou apenas no ano seguinte, com o vento e a altitude a seu favor, bateu o recorde brasileiro que era de 16,56 metros e, mais do que isso, com um salto de 17,27 metros, quebrou o recorde mundial. A alegria durou pouco e 25 minutos depois o soviético Viktor Saneiev bateu o salto do brasileiro com 17,39 metros.


Quatro anos depois, Prudêncio tinha decidido por não participar dos Jogos Olímpicos de Munique (1972), mas mudou de ideia e retomou os treinamento seis meses antes das competições. Saltou 17,05 metros, alcançou o bronze. O ouro ficou mais uma vez com o soviético Viktor Saneiev.


A aposentadoria veio após os Jogos de Montreal em 1976. Após isso, ele se dedicou à vida acadêmica. Era formado no curso de Educação Física pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e ministrava aulas na universidade desde 1974. Também se tornou mestre e doutor e deixou uma trajetória de trabalho ao esporte de alto rendimento, mas também ao incentivo à atividade física como meio propagador de saúde e cidadania.


Atualmente, Nelson Prudêncio mantinha o cargo de professor na UFSCar e também era vice-presidente da Confederação Brasileira de Atletismo.


A SEME e o COTP acreditam que o Brasil perdeu um membro fundamental para o desenvolvimento do esporte, mas sua história é exemplo para os que desejam seguir sua vida pessoal e profissional aliando a prática esportiva e o bem-estar social.