Mais de 1.000 servidores atuam na região alagada

Por Paulo Kehdi

Em 45 dias de força-tarefa para atender a população do Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo, cerca de 1.000 funcionários da Prefeitura, de várias áreas, trabalham sem descanso, incluindo domingos e feriados. O cadastramento realizado pela Secretaria Municipal de Habitação, por exemplo, começou dia 17 de dezembro.

Logo nas primeiras chuvas, que caíram ainda fracas, no dia 8 de dezembro, funcionários de Habi-Leste e técnicos da Sehab começaram a trabalhar. No Natal e no Ano Novo, inclusive as diretorias dos departamentos da Secretaria ficaram de plantão. “Ficávamos em contato direto com as assistentes sociais, por aparelhos de rádio. Qualquer emergência era prontamente atendida”, conta Felinto Fonseca, diretor da Habi-Leste.

Em cada um dos seis núcleos atingidos (Jardim Romano, Itaim Paulista, Vila Aimoré, Jardim Helena, Vila da Paz e Três Meninas) existem equipes permanentes, que cuidam do cadastramento e mapeamento da região. Somente contando os funcionários da Sehab, são mais de 300 profissionais envolvidos, entre assistentes sociais, arquitetos, pesquisadores e estagiários. Contando com a Defesa Civil, funcionários da subprefeitura e de outras secretarias, como Saúde e Assistência Social, o contingente passa de mil.

Diversas reuniões foram realizadas com as lideranças e a população das comunidades atingidas, para informar a todos das ações da Habi nas áreas. “No início, os encontros eram conturbados pela situação crítica que as famílias estavam vivenciando. Mas depois, com os atendimentos realizados, assim como as mudanças para as unidades habitacionais da CDHU e o pagamento do Auxílio Aluguel, uma relação de confiança se formou e tudo ficou mais fácil”, explica Damaris Binati, coordenadora social da Habi-Leste.

As ações diárias das equipes da Prefeitura não ficam restritas aos atendimentos. Vistorias das áreas atingidas são feitas regularmente, para checar as condições em que se encontram, além da confirmação das informações que a população fornece, por meio das fichas cadastrais. “Muitas vezes, enfrentamos dificuldade de acesso enorme, caminhos perigosos. As casas são muito próximas ao Rio Tietê e, com a inundação, acumulam lixo, entulho, ratos e cobras”, conta Marlete Terra, técnica da Habi-Leste.

“Temos muitas vezes de usar bote, guiado por bombeiro. As plantas aquáticas que se formam prejudicam a locomoção. É preciso força, cautela e um profissional capacitado para conduzir o bote. Usamos botas durante as 12 horas de trabalho das equipes, não podemos prescindir delas. Aproveitamos essas incursões para convencer famílias sobre a importância da participação nos cadastros”, diz Marlete.

Outra ação da equipe da prefeitura são as demolições das casas cujos proprietários já se mudaram. “Primeiro, checamos se a residência está alagada e se está em área pública. Depois, comunicamos a subprefeitura, que aciona as equipes responsáveis pela tarefa. Terminado o processo, é preciso retirar o entulho, para que não prejudique ainda mais nossas incursões pelas regiões alagadas. Se a residência é particular, a responsabilidade é do proprietário”, diz José Roberto Marques, da Habi-Leste.