A comunidade Heliópolis, localizada no Ipiranga, é a segunda maior favela do município de São Paulo, com 1 milhão de m². Ela é dividida em 14 glebas, que vão desde a letra A até a letra N. A Gleba K, a mais populosa com 35 mil moradores, a Gleba N apresenta 7,5 mil habitantes e a Gleba A com 7 mil.

Estão previstas para estes quatro anos a construção de 1.341 unidades habitacionais, a reforma e ampliação de sete centros comunitários, 1.625 m de coletores tronco e um Parque Linear seguido de toda a urbanização na área do Córrego Independência. As obras irão beneficiar todos os 65 mil moradores da comunidade. Essas obras estão inseridas nos contratos de quatro lotes, que incluem outras intervenções de urbanização e a construção de outras unidades. São R$ 623 milhões de investimentos, repartidos em recursos da Sehab, do PAC, da CDHU e do (FMSAI) Fundo Municipal de Saneamento e Infraestrutura.

“Essas obras em Heliópolis, principalmente a construção de centenas de unidades habitacionais, refletem o empenho da Sehab em uma comunidade muito representativa. Vamos assim, cumprir as nossas metas de governo. No programa de Urbanização de Favelas, por exemplo, são 4.180 moradias populares em andamento”, afirmou José Floriano, Secretário Municipal de Habitação.

 

Obras de urbanização no Córrego Independência na favela Viela das Gaivotas.

 

Unidades habitacionais
Serão 1.341 unidades construídas até 2016. São 640 unidades em andamento e 701 unidades que serão iniciadas em breve. Em construção são 199 uhs na Gleba G condomínio A; no residencial Sílvio Bacarelli, na Gleba H, são 102 unidades para serem entregues em outubro de 2013; para continuar com o Residencial Heliópolis 1 – Sabesp 1, são 152 moradias; na Gleba K o empreendimento Residencial Estrada das Lágrimas terá 187 unidades. As unidades habitacionais não iniciadas, mas com recursos garantidos, são 221 unidades na Gleba G condomínio B e 480 unidades no Residencial Heliópolis 2 - Sabesp 2.

“Heliópolis recebe muitos investimentos em habitação, as áreas de risco são eliminadas e dão segurança às famílias. Essas novas unidades vão dar um novo visual, inclusive na Gleba H, com o Residencial Silvio Bacarelli, que mudou o aspecto do Centro da comunidade. Nesse ano, só a nossa associação teve duas reuniões na Sehab para discutir os próximos projetos”, disse João Eudes, Presidente da AMORF (Associação de Moradores Organizados por Regularização Fundiária).

Urbanização
A favela Viela das Gaivotas localizada ao longo do Córrego Independência, na Rua João Lanhoso, receberá ações de urbanização. Em uma área de 33 mil m², serão construídas obras de contenção, drenagem com a limpeza do córrego, pavimentação, iluminação pública, complementar as redes de água e esgoto e coletores tronco. “O Córrego Gaivotas era depósito de lixo. Agora com o Pq. Linear e a urbanização da área vamos ter direito a cidadania e aos direitos de qualquer cidadão. Com a canalização os moradores vão cuidar desse espaço, porque as melhorias são feitas para nós e, com a ajuda do Social da Sehab, aprendemos como cuidar delas”, disse Maxsuel José Costa, Diretor do MSTI (Movimento dos Sem Teto do Ipiranga).

Para a Líder da UNAS (União Dos Moradores e Associações de Núcleos de Heliópolis e São João Clímaco), Cleide Antonia, as áreas urbanizadas possibilitam dignidade e oportunidade de ter uma vida melhor. “Antes dormíamos com ratos, na chuva; muitas famílias de cinco pessoas moravam em espaços de 20m². Com essas obras de urbanização as famílias recebem unidades habitacionais de 50 m². As vias, o esgoto, a água, tudo está de acordo”, diz. “Com essa gestão participativa conseguimos avançar nas obras da comunidade”.

Equipamentos sociais
Sete centros de lazer estão sendo reformados e ampliados. São dois centros comunitários no Residencial Comandante Taylor, com quadra poliesportiva, vestiários, biblioteca, refeitório, sala multi-uso, entre outros ambientes. Os outros cinco centros ficam na Gleba K, e somam uma área de 1.021 m². Toda a infraestrutura e nova disposição das salas de interação serão construídas.

“50% da população de Heliópolis é formada por crianças e jovens de 0 a 21 anos. Com os centros de lazer será formado um novo perfil de jovens, com outros objetivos e metas de cidadania”, afirmou José Marcelo da Silva, representante da Associação Ação Comunitária Nova Heliópolis, mora há 42 anos em Heliópolis. Ele falou também que é preciso construir conjuntos habitacionais, mas também levar opções de lazer e urbanização, que é o perfil de atendimento completo da Sehab.

Remoções
Atualmente em Heliópolis 2.270 famílias estão cadastradas para receberem moradia definitiva dentro dos programas habitacionais da Sehab. Com o incêndio que ocorreu na comunidade Ilha, no dia 07 de julho; 951 famílias foram cadastradas. Portanto, 3.221 famílias estão cadastradas e recebem o auxilio moradia. De acordo com a necessidade de remoções para o desenvolvimento das obras, todas as famílias serão cadastradas. Na favela Viela das Gaivotas, 590 famílias foram removidas para que se conclua a canalização do córrego e implantação do parque linear. Todas estão sendo atendidas com aluguel social.