Conjunto de nove intervenções em Paraisópolis vai beneficiar 20 mil famílias

Investimento é de cerca de R$ 90 milhões em infraestrutura, urbanização e unidades habitacionais

A Secretaria Municipal de Habitação vai beneficiar cerca de 20 mil famílias com obras de urbanização na região de Paraisópolis. Para essas ações estão sendo investidos cerca de R$ 90 milhões. São R$ 37,3 milhões do Governo Federal, através do PAC, R$ 55.492 milhões da PMSP, e R$ 208 mil da Sabesp.

“A consolidação da urbanização de Paraisópolis é um novo momento de transformação definitiva da comunidade em um bairro. Todo esse pacote de obras traz benefícios às famílias e mais orgulho de toda a comunidade em viver aqui”, afirmou Gilson Rodrigues, Presidente da União dos Moradores de Paraisópolis.

Serão nove áreas de intervenção, são elas: Pavilhão Social, Viaduto Rua Pasquale, Pq. Sanfona, Muros de Contenção, Central de Triagem, Escola da Música, Canalização do Córrego Antonico, Canalização do Córrego Jardim Colombo, obras na Av Avenida Perimetral, e a instalação de coletores tronco de esgoto. As obras têm previsão de término para em 2016, menos a Central de Triagem/ Ecoponto e o Pavilhão Social que serão entregues no primeiro semestre de 2014. 

Viaduto
O aumento da ocupação na região de Paraisópolis aconteceu por volta dos anos 50 com a construção do Estádio do Morumbi e do Hospital Israelita Albert Einstein. Atualmente, a comunidade conta com 25 ruas asfaltadas, segundo a União dos Moradores de Paraisópolis. Esse número tende a aumentar com as obras do Viaduto na Rua Deputado Laércio Corte e da Rua Pasquale Gallupi, além de todas as intervenções de urbanização. Com a conclusão das obras do viaduto, o fluxo viário será favorecido, com saídas para a Av. Giovanni Gronchi e o bairro Panamby, ambas na região do Morumbi.

 

Unidades habitacionais
Estão em andamento 228 unidades habitacionais na comunidade de Paraisópolis. São dois empreendimentos. O Vila Andrade C terá 112 unidades habitacionais e; o Vila Andrade G irá viabilizar 116 unidades. Os dois terrenos somam uma área de 10.405 m². A demanda dos dois conjuntos foi indicada pela Sehab. São famílias que moravam em assentamentos precários da própria comunidade e estão em aluguel social

 Os recursos para as construções são provenientes da CDHU. Os dois terrenos eram de propriedade da PMSP e foram cedidos a CDHU. Quanto à cessão da área à CDHU, a Lei nº 15.683, publicada no Diário Oficial da Cidade de São Paulo em 1º de março de 2013, autoriza o Executivo a transferir propriedades municipais para a CDHU na área de Paraisópolis.

Pq. Sanfona
Para fornecer mais uma alternativa de lazer aos moradores de Paraisópolis, serão realizadas obras de contenção de encosta na Viela Passarinho – área onde já ocorreram acidentes, pois apresenta risco de deslizamento. Dentro desse projeto em uma área de 12.350 m² será instalado o Pq. Sanfona, na região do Grotão. No trajeto do Parque serão instaladas rampas e escadas entremeadas por paisagismo, que irão facilitar e integrar as cinco sub regiões da comunidade: Antonico, Brejo, Centro, Grotão e Grotinho. Além disto, está prevista a construção de edifício que irá abrigar atividades sociais da comunidade.

“O Parque irá fornecer opções de lazer para os moradores e crianças, meus sobrinhos irão aproveitar muito. Isso traz oportunidade de cidadania uma opção saudável e um novo comportamento para os jovens daqui”, disse Issac dos Santos Bezerra, morador da região do Grotão há 31 anos, desde que nasceu.

Escola de Música
A terceira obra irá reconhecer o talento e a expressão da Orquestra de Paraisópolis, que conta com 128 alunos da comunidade. Será construída a Escola de Música, projeto premiado pelo Global Holcim Awards Silver 2012. A Escola terá dois palcos, quatro grandes salas para aulas coletivas e oito pequenas salas para alunos em estágio avançado. O curso tem duração de dois anos e conta com três disciplinas: Teoria Musical, História da Cultura e História da Música. O edifício irá abrigar salas para aumentar a capacidade de atendimento aos moradores.

“Quando a Escola de Música estiver entregue, vai nos permitir dobrar a quantidade de alunos e integrar ainda mais o projeto. A avaliação das aulas é feita por métodos de aquisição de metas”, afirmou Paulo Rydlewski, Diretor da Orquestra Paraisópolis. O curso tem duração de dois anos e o método, segundo Paulo, tem a função de acompanhar os períodos de desenvolvimento da música com acontecimentos históricos e culturais.

Ecoponto/Central de Triagem
Uma área livre de 2.591 m² irá receber o Ecoponto/Central de Triagem, um edifício para coleta de resíduos sólidos destinados à reciclagem. Em Paraisópolis a demanda é expressiva por espaços para destinação transitória de lixo, entulhos e materiais recicláveis.

“A comunidade vai adquirir uma nova cultura e conhecimento sobre como lidar com o lixo, o que desperta um cuidado maior com a área e uma mudança de postura”, afirmou o morador Isaac Bezerra.

A coleta de lixo na comunidade da Zona Sul é dividida em materiais de varrição (objetos que ficam nas ruas, nas calçadas) e em resíduos domiciliares (lixo doméstico). Segundo a SOMA (Soluções em Meio Ambiente), concessionária responsável por recolher o material de varrição, a criação de um Ecoponto é de grande importância, pois a população poderá fazer o descarte do lixo pessoalmente, o que aumenta a eficiência e o dinamismo do trabalho de limpeza. No mês de julho, segundo a concessionária Ecourbir, responsável pelo lixo doméstico, 1.732.720 kg de peso de lixo foram coletados.

Muro de contenção
As casas de Paraisópolis em sua maioria são de alvenaria, com blocos e tijolos. Na Rua Independência, 460, será construído um muro de contenção, em frente ao Condomínio B. Os lotes de famílias que desejam permanecer na rua serão consolidados, levando em conta o fato de não estarem em área de risco. Também será executada uma rampa de ligação entre a travessa da Rua Independência e a Rua Melchior Giolla.“A Sehab integra as obras feitas nas comunidades com os bairros. Mostra alternativas de permanência e adequação às famílias que já tem suas casas instaladas, desde que fiquem seguras”, falou Gilson Rodrigues.

Pavilhão Social
De acordo com levantamento da União de Moradores de Paraisópolis, cerca de 30% dos moradores, ou seja, aproximadamente 30 mil habitantes da comunidade, tem lazer, estudam e trabalham exclusivamente em Paraisópolis, haja vista que existem 8 mil comércios na comunidade. Para integrar essa parcela de moradores – que tem intensa participação – e a comunidade de modo geral, será implementado o Pavilhão Social. Um espaço destinado às reuniões, eventos e atividades que vão integrar também oito ONGs (Organizações Não-Governamentais) da região.

Com tal medida, haverá contribuição para que Paraisópolis seja uma comunidade ainda mais unida e representativa na cidade de São Paulo. “Existe uma proposta de participação dos moradores nas obras através de reuniões nas quadras, a formação dos Conselhos Gestores e o trabalho social que é feito porta a porta. Com essas obras avançamos em busca do sonho do Bairro Nova Paraisópolis”, destacou o Presidente da União de Moradores.

Av. Perimetral
A Av. Perimetral terá extensão de 1.540 m, que irá desembocar na Rua Itapaiúnas. Serão 6 pistas, 3 pistas para cada sentido. Já foram executadas as redes de água, esgoto e drenagem na sua extensão. A Av. Perimetral está em fase de finalização dos serviços, pois já foram concluídos 1.300m, cerca de 85% da obra. A pavimentação no trecho executado necessita ainda de asfalto e sinalização de via. Haja vista que a Sehab, com recursos da ILUM, irá executar mais de 120 pontos de iluminação pública

Canalizações
O Córrego do Antonico será canalizado e urbanizado. Sua previsão de extensão é de 519m, onde já foi executada 71m. Haverá uma faixa que terá ciclovia, vai de serviços e urbanização, todo o percurso do passeio público será pavimentado.
O segundo Córrego que está sendo canalizado é o Colombo. Sua extensão está prevista para 213m, sendo que já foram executados 111m. As águas remanescentes serão destinadas à implantação de áreas verdes e equipamentos públicos.

Coletores tronco
Funcionam para coletar os esgotos das casas remanescentes de Paraisópolis, conduzem os afluentes para um interceptor que os encaminha até uma estação de tratamento. Serão 4.345m de extensão desses coletores, sendo que 65% das obras já foram concluídas.

Remoções
Das nove obras em andamento quatro incluem remoções das famílias por se tratar de áreas de risco em encostas, com histórico de deslizamento. A remoção se faz necessária principalmente por colocar em risco a segurança das famílias. Na intervenção do Parque Sanfona são 658 famílias que precisam ser removidas, já foram cadastradas 532 famílias. Com relação à construção da Escola de Música, 625 moradias devem ser removidas da área, 18 famílias já passaram pela fase de cadastro.

Para a canalização do Córrego Antonico já foram removidas 276 famílias. O mesmo procedimento acontece com as obras do Córrego Jardim Colombo, cujas remoções de 249 famílias já foram feitas. As 525 famílias que estão nas áreas dos dois Córregos já foram cadastradas. Todas as famílias removidas serão atendidas com unidades habitacionais na própria comunidade.