Estudante de 12 anos escreve poesia sobre a urbanização da Vila União

Por Graco Braz Peixoto


Processo de regularização fundiária está em andamento na Vila União

Uma poesia traduzindo os sentimentos de uma criança que vivenciou uma transformação urbana e expressou o que sentia em versos. O autor é Paulo Roberto Siqueira dos Santos, de 12 anos, morador da Vila União, localizada no Jardim Vila Carrão, extremo leste da capital, distrito de São Mateus. O poema retrata o trabalho de urbanização que teve início em novembro de 2007 e foi finalizado em fevereiro.

Foram realizadas obras que contemplam iluminação pública, redes de coleta de água e esgoto, sistema de drenagem de águas, pavimentação de ruas, vielas e escadarias, duas praças, quadra de esportes, contenção de taludes, muros de arrimo e áreas beneficiadas pela terraplanagem. Habi-Leste, uma das divisões regionais da Superintendência de Habitação Popular (Habi), foi quem coordenou os trabalhos. Das 403 famílias que lá vivem, 283 foram tituladas, ou seja, já receberam seus títulos de concessão de uso para fins de moradia da Prefeitura.

De maneira espontânea, Paulo, aluno da 5ª Série da Emef José Maria Withaker, escreveu a poesia e entregou para a mãe. Quem recebeu foi Armelinda Gomes, da equipe social da Habi-Leste. “Foi uma sensação diferente, a gente não esperava uma demonstração assim tão original, vinda de um garoto”, comenta Armelinda. Além de contar a história de sua família e de seu bairro, o texto é também uma forma de agradecimento que sela de maneira simbólica uma longa história (para ler a poesia, clique aqui).

HISTÓRICO – Para entender a história da Vila União, é preciso voltar aos anos 1990, quando várias famílias se reuniram para comprar um loteamento, num terreno acidentado sem a mínima infraestrutura urbana. As primeiras casas foram erguidas em regime de mutirão, com participação ativa de toda comunidade. As dificuldades também vieram para todos, quando descobriram ter adquirido um terreno em área pública, ou seja, um terreno grilado, no qual já haviam empregado todas suas economias.

O processo de regularização da área pelo poder público foi longo, pois a mudança da situação de “invasor” para proprietário teve idas e vindas, finalmente resolvida com a publicação da Portaria PGM 7/01, de 08/03/2001, que estabeleceu a suspensão provisória de execução de medidas liminares e de sentenças de reintegração de posse para a Municipalidade. Finalmente, quando veio a aprovação do Plano Diretor Estratégico de São Paulo, em 2002, a Vila União foi indicada para ser beneficiada pela regularização fundiária e posteriormente inclusa no Programa de Urbanização de Favelas, da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab).