Livro da Sehab com a Universidade Columbia traz 12 projetos inéditos para São Paulo

Por Paulo Kehdi

 
Os projetos da Columbia incorporam inovações tecnológicas

O intercâmbio entre a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e a Universidade de Columbia, em Nova York (EUA), iniciado em 2007, vai render mais um fruto. Uma publicação contendo doze projetos arquitetônicos, para diferentes áreas da capital, está na fase final de elaboração, com previsão de conclusão para o fim de abril.

Os projetos, finalizados em dezembro pelos pós-graduandos que visitaram essas comunidades (veja boxe) em outubro, foram organizados pelo Urban Think Tank – estúdio de arquitetura ligado a Columbia –, com supervisão da Sehab.

Nessa semana, Zachary Aders, arquiteto, professor da Columbia e membro do Urban Think Tank, está colhendo depoimentos de diretores das divisões regionais ligadas a Superintendência de Habitação Popular (Habi). “Além da apresentação dos projetos e o objetivo das intervenções sugeridas, a publicação funcionará como uma espécie de guia desses locais, contando o processo de ocupação e urbanização, até a situação atual”, explica Aders.

Os projetos estão sendo avaliados pela Habi e poderão ser ou não utilizados, ou ainda serem implantados com adaptações. “O conceito experimental na arquitetura é uma marca da Universidade Columbia. Os trabalhos contemplam inovações e intervenções em diferentes escalas de grandeza, mas todos com grande impacto. Estamos abertos para adaptações que se tornem necessárias para torná-los realidade. É essa a essência do Urban Think Tank. O estúdio funciona com a interação de ideias”, diz Aders.

CONHEÇA OS PROJETOS

- Boulevard da Paz (zona sul)

• Aproveitamento das áreas de encosta dos morros para criação de rampas e espaços para a agricultura comunitária, preservando o espaço verde existente.

- Cocaia/Nova Grajaú (zona sul)

• Criação de ilhas, com solo extremamente permeável, na represa Billings, que funcionariam como uma “esponja”, ajudando na despoluição das águas, além de servirem como espaços de lazer para a comunidade.

- Córrego da Mina (zona norte)

• Remoções por toda a área do córrego (já planejada pela Sehab), com a implantação de rede de água e esgoto, além da construção de cinco diferentes tipos de habitação, que priorizam os espaços internos e se adaptam à topografia local.

- Glicério (zona central)

• Novos prédios em substituição aos atuais cortiços, aumentando a densidade populacional local com a verticalização. E criação de espaços de lazer.

- Heliópolis (zona sudeste)

• Utilização de terreno vazio ao lado da comunidade para construção de novas unidades habitacionais, criando onze espaços livres dentro do perímetro de Heliópolis, para serem utilizados em lazer e cultura.

- Moinho (zona central)

• Criação de espaço cultural com design arrojado, em área com remoções previstas pela Sehab.

- Paraisópolis (zona sul)

• Criação de uma central de reciclagem de lixo – no Grotão – e outras estações espalhadas por Paraisópolis, todas conectadas, em rede. Os espaços também serviriam para atividades de lazer e cultura.

- Pirajussara (zona sul)

• Sistema de transporte (teleféricos), por todo o córrego Pirajussara, interligando as comunidades Parque Fernanda, Jardim Irene e Rosas. Postos de saúde pelo trajeto complementam o projeto.

- São Domingos (zona norte)

• Construção de novas unidades habitacionais no aproveitamento dos espaços vazios (verticalização), para aumento da densidade populacional local. O projeto também prevê a construção de espaços de lazer, comunitário e unidades comerciais, além de obras de drenagem.

- São Francisco Global (zona leste)

• Aproveitamento de áreas ociosas para construção de unidades habitacionais, com espaços internos entre elas. E a criação de espaços públicos com tecnologia antipoluente ao longo da via pública a ser construída no local.

- Vargem Grande (zona sul)

• “Restos” – corte apenas do telhado e de parte das paredes laterais – de residências de famílias que serão removidas, sendo aproveitadas para plantio de árvores nativas da região, que é uma Área de Proteção Ambiental (APA). Projeto também prevê a preservação das áreas de várzea.