Site do ‘Washington Post’ destaca programa de urbanização de favelas de São Paulo

Por Paulo Kehdi.

 
O Jardim Colombo, do Complexo Paraisópolis, é retratado no projeto Citiscope

O projeto Citiscope, do jornal americano Washington Post, será lançado durante o 5º Fórum Urbano Mundial, que acontece durante esta semana no Rio de Janeiro. A idéia de seus criadores é mostrar, por meio de um site, experiências e soluções relacionadas aos desafios urbanos que se apresentam nos dias atuais, consequências do rápido crescimento das metrópoles. A Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) foi destaque em um capítulo dedicado a São Paulo, escrito pelos jornalistas Fernando Bueno e Veridiana Sedeh, com o título “No Excuses Slum Upgrading” (Sem Desculpas para a Urbanização de Favelas, em português).

A capital paulista foi a primeira a ser explorada pelos idealizadores do projeto, sob comando do jornalista Neal Peirce, editor-chefe. Dados globais são fornecidos da sétima maior cidade do mundo e é destacada a entrada, em 2001, de São Paulo na Cities Alliance, organização mundial que engloba mais de cem metrópoles pelo mundo, a ONU-Habitat – Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos – e o Banco Mundial (Bird).

Porém o texto trata principalmente dos esforços realizados para mudar o cenário dos assentamentos precários no município, por meio do Programa de Urbanização de Favelas, da Sehab. “Um exemplo que inspira é o de Paraisópolis, a segunda maior favela de São Paulo, com 60 mil pessoas. Obras de infraestrutura estão sendo realizadas e as soluções para possibilitar esse trabalho foram estabelecidas com metas de longo prazo. As remoções previstas inicialmente passaram de 50% para apenas 10% (moradores em áreas de risco, como encostas ou perto de córregos). As famílias removidas irão permanecer na comunidade, com a construção de novas unidades habitacionais. Um dos objetivos é trazer infraestrutura e condições de moradia para o maior número de pessoas”, escreveram os jornalistas.

O Habisp – o sistema de informação da Sehab – mereceu destaque na reportagem. Diz o artigo: “A Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo, em 2006, criou um sistema de gestão da informação que é capaz de controlar o status de favelas e outros assentamentos em toda a cidade. Serve como ferramenta na definição de prioridades de atendimento às populações mais vulneráveis. ‘Antes de ter sido implementado’, observa Elisabete França, superintendente de Habitação Popular (Habi), ‘os dados sobre as nossas favelas e loteamentos irregulares não eram confiáveis, não refletiam a realidade. A entrada do novo sistema foi resultado de um trabalho intenso, realizada pela nossa equipe técnica em tempo recorde. O esforço mostrou como pessoas são tão importantes como hardware e software. Agora, podemos acompanhar a dinâmica de ocupação urbana. É uma nova cultura que se apresenta.’”

Além de São Paulo, o Citiscope mostra outras cidades com diferentes perfis e temas variados. Já existem notícias referentes a Chicago (EUA), Berlim (Alemanha) e Cingapura. Experiências de Belo Horizonte, Nairóbi (Quênia) e Rhizao (China) estão em fase final de elaboração e serão incorporadas ao portal. E não é apenas informar o que o Citiscope pretende. Uma interação com pessoas por todo mundo é estimulada, por meio de um blog. Para ler a íntegra da matéria, conhecer mais sobre o Citiscope ou ainda participar desse importante projeto é só acessar http://citiscope.org/.