O Cantinho do Céu, do Programa Mananciais, foi uma das áreas que receberam projetos dos alunos de Harvard

A partir do próximo dia 7 de abril, e durante um mês, o Museu da Casa Brasileira vai abrigar a exposição “A Cidade Informal no Séc. XXI”. Organizada em parceria com a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e a Internacional Architecture Biennale Rotterdam (IABR), e com curadoria da arquiteta Marisa Barda, a mostra pretende provocar reflexões sobre o futuro da cidade contemporânea, suas conexões com a cidade informal – formada a partir de ocupações precárias do território como, por exemplo, as favelas – e as transformações que têm ocorrido com as propostas de arquitetos. No mesmo dia, à tarde, ministros holandeses, o diretor da IABR e o secretário da Habitação estarão em Paraisópolis, para a abertura oficial do evento.

“A Cidade Informal no Séc. XXI” é uma mostra interativa, em que projetos pontuais realizados por arquitetos brasileiros e estrangeiros serão abordados a partir de quatro temas: Conexões, Transições, Fruições e Transformações, permitindo uma visão crítica do trabalho apresentado. A ideia de reunir esse conjunto de projetos que (re)desenham a cidade informal é uma continuidade das propostas apresentadas na Bienal de Roterdã, em outubro de 2009, cujo tema foi “Open City: Designing Coexistence”.

O público poderá conhecer os projetos e as maquetes de obras já construídas ou em fase de realização para diversos espaços informais da cidade. Foi elaborado um percurso didático, com tabelas contendo dados estatísticos, plantas, diagramas e fotografias, para possibilitar a compreensão dos processos e as condições das favelas da capital. Em cada sala da exposição, detalhes dos projetos podem ser estudados por meio de computadores, livros e cadernos, nos quais o público poderá escrever críticas, fazer propostas e elaborar esboços. Uma pequena sala de cinema vai projetar vídeos da 4th IABR.

“A proposta inicial era a de expor os projetos de acordo com sua origem, ou seja, observando apenas quem os produziu. Achei que seria interessante reuni-los também pelo enfoque de cada um, tornando possível uma análise crítica mais profunda. Assim, dividimos em quatro temas, cada qual com sua sala, mais uma sala central”, explica a curadora. “Procuramos envolver o público, estimulando opiniões. Outra preocupação é com relação às informações de cada projeto, para situar o visitante no contexto de cada um.”

Foram selecionados trabalhos voltados para a comunidade de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, elaborados por seis arquitetos: Urban Think Tank (Venezuela), Elemental (Chile), Christian Kerez (Suiça), Ciro Pirondi, Marcos Boldarini e MMBB (Brasil). A essa seleção somam-se os trabalhos dos alunos da Graduate School of Design Harvard University, realizados para o Cantinho do Céu, do Programa Mananciais, sob a coordenação do professor Christian Werthman, e os trabalhos dos alunos do GSAPP da Columbia University, sob a coordenação de Alfredo Brillembourg e Hubert Klumpner.

Dois debates sobre a atual condição da cidade informal complementam a mostra. O primeiro, no dia 12 de abril, às 20h, reúne o historiador e urbanista italiano Bernardo Secchi, um dos grandes estudiosos do urbanismo contemporâneo, e o arquiteto Sergio Magalhães, criador do Projeto Favela-Bairro. O segundo, no dia 3 de maio, pretende mostrar um conjunto de experiências de arquitetura e urbanismo já implantadas em vários países da América Latina, com a presença dos arquitetos responsáveis pelos projetos apresentados.

“Esse intercâmbio que realizamos é muito importante porque nos permite compartilhar ideias. Soluções para tema tão complexo são pensadas por vários profissionais. A exposição mostra a essência dos resultados que conquistamos e as diretrizes para ações futuras”, diz Elisabete França, superintendente de Habitação Popular (Habi).

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SERVIÇO

Museu da Casa Brasileira
Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705 - São Paulo - SP
Telefone – (11) 3034-6196