Dois ministros holandeses abrem hoje exposição sobre urbanização de favelas

Por Bete Hoppe


A exposição vai de 08 de abril a 09 de maio no Museu da Casa Brasileira

Projetos que estão mudando a realidade de moradores de comunidades de baixa renda da cidade de São Paulo, em especial de Paraisópolis, a segunda maior favela da capital, são tema da exposição “A Cidade Informal no Século XXI”. Com a presença do diretor da Bienal Internacional de Arquitetura de Roterdã, George Brugmans, e dos ministros holandeses Maxime Verhagen (de Relações Exteriores) e Camiel Eurlings (de Transportes, Obras Públicas e Manejo das Águas), e de autoridades brasileiras, a mostra é inaugurada no CEU Paraisópolis, hoje, às 15h45. À noite (às 19h30), um coquetel marca a abertura no Museu da Casa Brasileira, onde será exibida ao público de 8 de abril a 9 de maio.

Com curadoria da arquiteta Marisa Barda, e a colaboração da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo (Sehab), da Bienal Internacional de Arquitetura de Roterdã (IABR) e do Consulado da Holanda, a exposição traz projetos de urbanização desenvolvidos para favelas da cidade por arquitetos nacionais e internacionais. As soluções elaboradas durante dois anos para Paraisópolis, que foram destaque na 4ª Bienal holandesa (sob o tema “Cidade Aberta – Desenhando a Coexistência”), em setembro de 2009, ocupam a sala central do Museu.

Acrescida de trabalhos inéditos, “A Cidade Informal” inclui estudos de alunos pós-graduandos das universidades americanas de Harvard e Columbia, e da Escola da Cidade de São Paulo. Dividida pelos temas Conexões, Transições, Fruições e Transformações, a exposição interativa compõe-se de painéis e maquetes, que detalham cada projeto por meio de croquis, fotos, mapas e textos. “Os projetos reúnem-se a partir de quem os produziu e pelo enfoque de cada um, o que permite uma análise crítica mais profunda”, explica a curadora.

“Procuramos envolver o público, estimulando opiniões. Sem abrir mão das informações de cada projeto, para situar o visitante no contexto de cada um.”
Além de assistir a vídeos da última Bienal de Roterdã, de propor soluções por escrito e acessar dados sobre a São Paulo informal armazenados no sistema de mapeamento de assentamentos precários da Sehab, o Habisp, o público poderá rascunhar projetos. E ainda agendar visita monitorada a Paraisópolis, em vans que saem do MCB às quartas-feiras.

Um debate no dia 12 de abril, às 20h, sobre o futuro da cidade informal entre Bernardo Secchi, historiador e urbanista italiano, um dos papas mundiais em cidades, e Sérgio Magalhães, arquiteto criador do programa carioca Favela-Bairro, e uma mesa-redonda sobre as experiências implantadas em países da América Latina, com a presença dos arquitetos responsáveis pelos projetos apresentados, no dia 3 de maio, complementam a mostra.

“Esse intercâmbio é muito importante, porque nos permite compartilhar idéias e pensar soluções para tema tão complexo. A exposição mostra a essência dos resultados que conquistamos e as diretrizes para ações futuras”, diz Elisabete França, superintendente de Habitação Popular (Habi) da Sehab.


Programação

Os projetos e as salas:

Sala central: A cidade informal e Paraisópolis
São Paulo e a informalidade
Plano Urbanístico de Paraisópolis
Maquete de Paraisópolis

Sala à esquerda da central
Conexões
Projetos que conectam territórios da cidade informal com a formal, construindo continuidades. São passagens e espaços públicos.
Vargem Grande (Estúdio Columbia)
Cantinho do Céu (Estúdio Harvard)
Córrego da Mina (Estúdio Columbia)
Cantinho do Céu (Marcos Boldarini)
Maquetes

Fruições
Projetos que propõem soluções alternativas às técnicas tradicionais para sistemas de drenagem, utilização de águas, reciclagem. O destaque nessa sala é para alternativas que buscam a sustentabilidade dos sistemas urbanos.
Paraisópolis (Squat - MMBB)
Bamburral (Brasil Arquitetura)
Cantinho do Céu (Estúdio Harvard)
Paraisópolis (Escola da Cidade)
Maquetes

Sala à direita da central
Transições
Projetos que exploram as conexões entre os espaços públicos e privados.
Paraisópolis (Escola da Cidade)
Paraisópolis (Squat – Marcos Boldarini)
Paraisópolis (Squat – Elemental)
Paraisópolis (Squat – Christian Kerez)
Maquetes

Transformações
Projetos que resultam em mudanças na morfologia existente como áreas ocupadas de forma precária que se transformam em parques, novas moradias, espaços de circulação.
Boulevard da Paz (Estúdio Columbia)
Paraisópolis (Squat – UTT)
Parque Novo Santo Amaro (Sehab Hector Vigliecca)
Cidade Julia (Sehab – Paulo Bastos)
Paraisópolis (Escola da Cidade)
Maquetes

Serviço
Museu da Casa Brasileira
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.705; tel.: (11) 3034-6196 (Skype 11 3034-6196)