Apartamentos da Sehab: alta qualidade e preços abaixo do mercado

Por Luiz Rocha Pombo


Apartamentos ainda recebem janelas de alumínio que permitem a  abertura de 100% do vão, melhorando a ventilação e iluminação dos ambientes

No último dia 12, em um dos grandes debates sobre urbanização de favelas, no Museu da Casa Brasileira, o urbanista Italiano Bernardo Secchi elogiou o Programa de Urbanização da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), ressaltando, sobretudo, a qualidade dos apartamentos construídos pelo município.“São projetos inovadores”, afirmou Secchi, no evento.

Em Paraisópolis, um dos empreendimentos visitados por ele, uma unidade de dois dormitórios, sala, cozinha, banheiro, área de serviço e playground custa R$ 50 mil à população. No mesmo bairro, o Morumbi, onde o metro quadrado de área construída, fora da favela, custa de R$ 7 a 8 mil, encontra-se um apartamento com a mesma estrutura e metragem das unidades públicas pelo preço R$ 130 mil.

Caso semelhante ocorre próximo do Residencial Alexandre Mackenzie, em Nova Jaguaré (zona oeste). Os apartamentos projetados por Marcos Boldarini possuem 48 m² (com dois dormitórios) e 50 m² (com três dormitórios). O condomínio possui apartamentos voltados às necessidades de idosos e pessoas com dificuldade motora, com portas mais largas e barras de apoio nos banheiros. O empreendimento possui caixas de correio cobertas, medidores individuais de água, luz e gás de rua, playground e equipamento de ginástica. O paisagismo, outro destaque do projeto, traz árvores frutíferas de 35 espécies.

Além de beneficiar os moradores com preços muito mais baixos, os apartamentos da Sehab contemplam unidades com design privilegiado, desenhado por renomados arquitetos, como Hector Vigliecca, formado há mais de 40 anos pela Escola de Arquitetura de Montevidéu, vencedor de mais de 50 prêmios internacionais de arquitetura e autor de grande parte dos projetos em Heliópolis (zona sudeste), como o Condomínio Bolsão II. Esse empreendimento possui cozinha integrada, e o que os arquitetos costumam chamar de “dupla orientação”, ou seja, a disposição da unidade é tal, que, independentemente do horário do dia, o apartamento receberá iluminação solar por no mínimo quatro horas. Além disso, as janelas são projetadas de forma a deixar o ambiente sempre arejado. “A preocupação não é somente construir unidades com alto padrão, mas sim, construir empreendimentos, para compor uma nova cidade”, explica Vigliecca.

Se comparado a edificações com iluminação natural e modernidade ecológica, os empreendimentos da Sehab também não ficam para trás. É o caso do condomínio Mata Virgem, na Cidade Ademar, zona sul da cidade, integrante do Programa Mananciais, com projeto que se destaca pela preservação ambiental. Projeto do arquiteto José Tabith, as unidades possuem planta flexível, que permite a organização espacial em dois ou três dormitórios, dentre os 50 m² disponíveis. As áreas denominadas molhadas - banheiro e cozinha - possuem impermeabilizantes. Todos os revestimentos externos do condomínio são cobertos por grama natural e ali não existe asfalto. Tais unidades têm como base o conforto ambiental, com preocupações que vão desde a circulação interna de ar até a permeabilidade do solo. “Os projetos de construção de unidades representam um esforço em enfrentar os desafios que as questões socioambientais colocam a sociedade atualmente”, explica Tabith.