Por Bete Hoppe
Empenhada em solucionar o problema habitacional das famílias vitimadas pelas cheias das várzeas do Tietê, ocorridas durante as tempestades do último verão, a Prefeitura anunciou, no dia 1º de julho, mais duas medidas para beneficiar a essa população: a licitação para a construção de 282 unidades habitacionais e a desapropriação de mais oito terrenos, também na zona leste, onde estão previstas 2.441 novas moradias, sob responsabilidade da Companhia Metropolitana de Habitação de São Paulo (Cohab-SP).
Muitos moradores e autoridades, entre as quais, o governador Alberto Goldman, o secretário municipal de Habitação, Elton Santa Fé Zacarias, e o presidente da Cohab, Ricardo Pereira Leite, celebraram as novas ações, firmadas em cerimônia realizada no Parque Vila Jacuí (zona leste).
O prefeito Gilberto Kassab assinou o edital de licitação para as obras do primeiro empreendimento em uma das oito áreas desapropriadas pela Prefeitura na zona leste, em dezembro passado, onde a meta é erguer residenciais para atender a mais de 3.000 famílias.
Já a assinatura do novo DIS (Decreto de Interesse Social) inicia o processo que envolve licitação, aprovação de projeto e construção das unidades habitacionais. Na seleção dos terrenos, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e da Cohab-SP, levou em conta a proximidade da antiga residência - em respeito aos vínculos profissionais e pessoais que a população estabelece com o local onde vive – e a facilidade de acesso ao transporte público.
R$ 700 milhões de investimento
Estima-se em R$ 700 milhões os investimentos na região das várzeas do Tietê, somando-se todas as ações promovidas pelo Estado e Município para solucionar o problema das famílias atingidas pela enchente na região.
Cerca de 1.200 imóveis já foram demolidos por conta de risco; 10.191 famílias foram cadastradas pela Sehab, das quais 3.753 estão recebendo Auxílio-Aluguel (ao qual foi adicionado um suporte para mudança, de R$ 200), e 340 famílias foram contempladas com apartamentos da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) em Itaquaquecetuba. Vale lembrar que essas 340 famílias também serão inseridas no recém-lançado Programa Novo Começo, que prevê um adicional de R$ 1.000 a 3.700 famílias, para cobrir pequenas perdas materiais. Estão previstas ainda a construção de outras 2.500 unidades habitacionais da CDHU e mais de 5.000 nos dezesseis terrenos desapropriados pela Prefeitura.
Vale lembrar que a Prefeitura solicitou o reconhecimento do estado de calamidade pública para a região, que foi decretado em março. Medida essa que permitiu dar início à construção de um dique (pôlder), obra de hidráulica e drenagem que vai evitar futuros alagamentos, e já é parte do projeto do Parque Várzeas do Tietê. Também possibilitou à CEF (Caixa Econômica Federal) liberar mais de R$ 14 milhões do FGTS a mais de 7.500 moradores das áreas atingidas.