Chega a Berlim "A Cidade Informal no Século XXI", exposição criada pela Secretaria de Habitação

Por Graco Braz Peixoto

"A Cidade Informal no Século XXI", exposição que prioriza a reflexão da sociedade sobre habitação de interesse social e o futuro das favelas em São Paulo, organizada pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab), em parceria com a 4th Internacional Architecture Biennale Rotterdam, teve nesta segunda-feira (12) sua primeira abertura na Europa, em Berlim, no Studio Aedes am Pfefferberg, uma das mais importantes galerias de arte da capital alemã. Depois de receber visitação expressiva, especialmente de estudantes de arquitetura, arquitetos e urbanistas em São Paulo, Rio de Janeiro e Recife, a exposição inaugura sua trajetória no estrangeiro com igual acolhida, o que demonstra a relevância do tema, um desafio comum às grandes metrópoles.

A inauguração da exposição contou com a recepção do embaixador Everton Vieira Vargas, de Rainer Nagel, arquiteto e urbanista, coordenador do Depto. de Planejamento Urbano e Espaços Abertos do Ministério de Desenvolvimento Urbano de Berlim, da arquiteta e superintendente de Habitação Popular da Sehab, Elisabete França, e de Maria Teresa Diniz, arquiteta da Sehab. Em "A Cidade Informal no Século XXI" são apresentados 18 projetos criados por arquitetos brasileiros e estrangeiros, onde abordam as conexões, transições, fruições e transformações nos grandes assentamentos precários. Por trás da mostra, a Secretaria de Habitação propõe à sociedade e ao poder público um redesenho desses espaços precários, por meio de um outro "olhar", com o qual se integra a cidade informal à cidade formal, dotando-a de infraestrutura e meios que solucionem problemas como o déficit habitacional, saneamento, a mobilidade, a convivência, o descuido com o meio ambiente, entre outras questões igualmente graves. Ela dá continuidade às propostas apresentadas na Bienal de Roterdã, em outubro de 2009, cujo tema foi "Open City: Designing Coexistence", que recebeu destaque da imprensa holandesa.

Com o mesmo formato exposto no Brasil, a exposição em Berlim tem um percurso didático, com grandes painéis, tabelas com dados estatísticos, plantas, diagramas e fotografias, para possibilitar a compreensão dos trabalhos e as condições de vida das grandes favelas de São Paulo. Projetos podem ser mais bem estudados por meio de grandes maquetes, e há, ainda, projeções de vídeos da Urban Inform, da citada 4th IABR. Têm destaque os projetos voltados para a comunidade de Paraisópolis, criados pelos arquitetos do escritório Urban Think Tank (Venezuela), Elemental (Chile), Christian Kerez (Suiça), Ciro Pirondi, Marcos Boldarini e MMBB (Brasil), os trabalhos dos alunos da Graduate School of Design Harvard University, realizados para o Cantinho do Céu, do Programa Mananciais, sob a coordenação do professor Christian Werthman, e os trabalhos dos alunos da Columbia University, sob a coordenação de Alfredo Brillembourg e Hubert Klumpner.

"Esse intercâmbio que realizamos é muito importante porque compartilha idéias. Soluções para tema tão complexo são pensadas por vários profissionais. A exposição mostra a essência dos resultados que conquistamos e as diretrizes para ações futuras", diz Elisabete França, superintendente de Habitação Popular (Habi). A exposição fica em cartaz até 23 de outubro.

 

Clique aqui e confira o Hot Site da Exposição:   http://cidadeinformal.prefeitura.sp.gov.br/