Reformulado, sistema Habisp oferece mapa de assentamentos precários da cidade na internet e orienta trabalho da Sehab

Por Graco Braz Peixoto

A Superintendência de Habitação Popular (Habi), da Secretaria de Habitação (Sehab), reformulou o site do sistema Habisp (www.habisp.inf.br) para facilitar a navegação de técnicos e munícipes em geral que procuram todo tipo de informação sobre os assentamentos precários da cidade.

“Trata-se de um longo trabalho para mudança da linguagem em que o Habisp foi construído, para torná-lo mais ágil. Cerca de 40% do conteúdo já foi alterado, e até o final deste ano, 80% do sitio estará reformulado, e há, ainda, em curso, um projeto para oferecer toda informação nos idiomas inglês e espanhol”, diz a arquiteta Eliene Coelho, que divide com o analista de sistemas Ademir Escribano a coordenação de uma equipe com 15 profissionais.

O Sistema de Informação para Habitação Social na Cidade de São Paulo –ou simplesmente Habisp— foi criado para dar base técnica à política habitacional e aos empreendimentos da Sehab. Funciona on line e contém informações sobre a demanda habitacional, permitindo, entre outras coisas, a caracterização, classificação e indicação das intervenções que devem ser feitas pela Prefeitura para solucionar graves problemas de moradia e más condições urbanas.

É um método de planejamento e de orientação das decisões adotado pela Habi. Concebido como contrapartida da Prefeitura a um projeto de assessoria para o Plano Municipal de Habitação, patrocinado pela organização Cities Alliance, em julho de 2006, o Habisp já estava disponível para acesso dos técnicos da Secretaria, e, em março de 2008, foi liberado para público externo.

Continuamente aperfeiçoado, a partir deste mês, o Habisp traz novidades que vão da reformulação do layout ao aumento do conteúdo e formas de utilização, tanto por técnicos da Sehab quanto para qualquer tipo de usuário.

Como ferramenta para uso em rede, o maior desafio do Habisp é a permanente atualização dos dados, uma vez que a cidade de São Paulo possui, em seus quase 1.509 km², 136 km² ocupados de forma precária ou irregular, onde vivem cerca de 3,4 milhões de pessoas. Some-se a esses índices, o dinamismo próprio da megalópole e o resultado é um panorama complexo, que dá boa noção da utilidade do instrumento.

Além de listar todos os dados sobre os espaços habitados de forma precária, o Habisp permite o controle das informações das áreas sob intervenção, tanto em relação às famílias e domicílios, como às obras de urbanização e processos de regularização fundiária.

O sistema possibilita diagnósticos por meio da análise de imagens geográficas e da aplicação dos índices de vulnerabilidade social, de saúde, de riscos de deslizamentos e de infraestrutura urbana. Com o uso de pesos atribuídos a esses índices, o sistema estabelece uma escala de prioridade das ações, o que resulta grande avanço na forma técnica e objetiva com que o poder público encaminha suas decisões. Isso ocorre porque o Habisp possibilita uma interpretação física, social e econômica bastante precisa.

Na medida em que evolui, o Habisp tende a ser um grande mapa onde se tem acesso a todos os dados, com a possibilidade de estudos temáticos (por layers - camadas distintas de informações) ou estudos mais aprofundados. Aqui está uma importante melhoria: se antes, para a consulta a uma favela o usuário entrava em uma ficha, seguida por imagens onde o usuário aplicava as camadas com os indicadores de cada assunto, hoje todas essas operações podem ser feitas diretamente no mapa. Há, ainda, a possibilidade de se fazer uma edição do estudo a critério do pesquisador. Exceto pela edição, para estudos de governos e instituições, o sistema é franqueado ao público.

Outra melhoria é o aumento expressivo da quantidade de dados nos layers, e também de mapas, tudo disponível para download, com a possibilidade de exportação das imagens nos formatos jpeg, gif e pdf. Mais uma: agora o Habisp dá acesso a todas as publicações da Secretaria de Habitação, com a opção de folhear cada página do livro, consultas com zoom, impressão ou mesmo transferência integral do documento para o micro do usuário. Há ainda links para conexões com instituições da área e acesso aos documentos do Plano Municipal de Habitação e aos vídeos feitos pela Sehab.

O novo sistema integrado de busca do sitio está mais rápido e não há travamento na formação de imagens pesadas: basta digitar um nome de rua e ele apresenta tudo a ela relacionado - favela, loteamento, residências e demais indicadores.