Aricanduva e Várzeas do Tietê viram prioridade em debate do PMH na zona leste

Por Luiz Rocha Pombo

Desde agosto deste ano,  a diretoria  da Habi-leste (regional ligada à Superintendência de Habitação Popular) promove o 1° Ciclo de Trabalho do Plano Municipal de Habitação (PMH), reuniões onde são apontadas novas soluções para as urbanizações segundo as diretrizes do plano. Composto por arquitetos, engenheiros e assistentes sociais, os estudos foram formulados baseados nas solicitações de moradores, trazidas pelos assistentes sociais que atuam na área, por meio de pesquisas produzidas pelos próprios arquitetos da Habi-leste e por experiências internacionais em urbanização de favelas

Na reunião de encerramento do ciclo, no último dia 1°, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (Masp), foram discutidos os principais aspectos do Plano Municipal de Habitação no âmbito da Habi-leste. O resultado desse ciclo foi a seleção de duas áreas de intervenção prioritárias: o entorno da Bacia do Aricanduva e as Várzeas do Tietê.

A arquiteta Marina Batista explica que a Bacia do Aricanduva tornou-se prioridade devido às inúmeras intervenções que já estão em curso na região, o que potencializa os resultados e o planejamento urbano. “Os moradores querem mais do que infraestrutura, esperam ser incluídos na cidade formal, e isso depende de uma ação conjunta, algo que já possuímos na área. Já existem dez parques previstos para a área, em parceria com a Secretaria do Verde", afirma.

Um exemplo do que está sendo feito no entorno da Bacia do Aricanduva está na comunidade São Francisco, onde é construído o Parque Sapopemba, parceria entre a Sehab e a Secretaria do Verde e  Meio Ambiente. O parque já é chamado de “Ibirapuera da zona leste” pelos moradores.

Já nas Várzeas do Tietê, a prioridade deve-se à remoção das famílias da área, para a construção do Parque Várzeas do Tietê. “No ciclo, percebemos que as famílias tinham a necessidade de entender melhor o porquê da saída da área, que ocorre para a melhoria das moradias e da região como um todo. Dessa forma, podemos estimular melhoras urbanísticas. Vale lembrar que já está em elaboração o plano urbanístico das Várzeas”, diz Marina.

A sustentabilidade é um dos eixos estruturais das urbanizações. Nas obras, são conciliadas a urbanização, a pré-ocupação e a pós-ocupação. “Nos comunicamos melhor com as famílias por meio do conselho gestor e assim podemos elaborar um diagnóstico que possibilita identificar as demandas da área para que o projeto e as obras contemplem as necessidades específicas da região”, explica o arquiteto e diretor responsável pelo departamento daHabi-leste, Felinto Cunha.

Experiências de outros países também foram debatidas, dentre as quais, a de Caracas, capital da Venezuela. Um vídeo exibido serviu para exemplificar a ação do poder público na região. “Essa confirma as nossas convicções a respeito da importância da atuação continuada na área, por meio do trabalho de pós-ocupação. Dessa forma, podemos incluir as favelas urbanizadas à cidade formal com mais eficiência e fazer com que os moradores possam se sentir incluídos e participantes do processo, levando mais do que infraestrutura, mas o modo de viver na cidade formal”, completa Marina.