“Prefeitura tem de ser agência e não construtora”, diz Domingos Pires sobre criação de fundo imobiliário

Para alavancar seus investimentos em habitação popular e construir novas moradias para a baixa renda, a Prefeitura de São Paulo vai investir em parcerias com o setor privado e criar um fundo imobiliário. A nova política foi anunciada hoje no 1º Congresso Internacional de Habitação e Desenvolvimento Urbano, que acontece até amanhã (30), no Anhembi, na capital paulista.

“A Prefeitura tem de começar a atuar mais como agência fomentadora e reguladora da habitação do que como produtora de unidades”, afirmou o secretário-adjunto municipal de Desenvolvimento Urbano, Domingos Pires, em seu painel para empreendedores imobiliários e técnicos.

A estratégia é fazer parcerias com a iniciativa privada, cedendo terrenos em troca da construção de unidades de interesse social. O lucro do empreendedor viria da venda de unidades para a classe média (Habitação de Mercado Popular), construídas no mesmo terreno. A renda arrecadada com a locação social das unidades vai para um fundo, que poderia captar recursos no mercado comercializando títulos, os Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI). O dinheiro arrecadado poderia ser usado para adquirir mais terrenos e fazer novos empreendimentos.

“O programa Minha Casa, Minha Vida é importante, mas não é suficiente em São Paulo. Temos de estabelecer parcerias com a iniciativa privada. O poder público sozinho não tem como construir moradia no volume e no ritmo necessários para dar conta do déficit paulistano”, disse Domingos Pires.

Participaram do painel o professor da Universidade de Columbia, James Lima, a professora da USP (Universidade de São Paulo), Silvia Schor, o diretor sênior do JP Morgan Chase, Kent Hiteshew, e o vice-presidente sênior do Toll Brothers, Frederick Cooper.