Nova York apresenta habitações para ex-dependentes químicos e até recém-saídos da prisão

Por Cristiana Vieira

A interface entre o setor de habitação social e a iniciativa privada foi o destaque da segunda palestra do segundo dia do 1º Congresso Internacional de Habitação e Desenvolvimento Urbano, realizado em São Paulo pela Prefeitura e pela Caixa Econômica Federal. Sob o tema “O Mercado de Habitação Social e o Setor Privado: A Experiência Internacional”, foram debatidos os novos modelos com especialistas dos setores público, privado e acadêmico.

O CEO da Rose Company, Jonathan Rose, apresentou alguns projetos desenvolvidos em Nova York, cujos condomínios populares oferecem áreas verdes, reutilização de água (para incentivar a sustentabilidade entre os moradores), áreas de lazer, apartamentos com janelas amplas. Além disso, há opção de até 14 fontes de financiamento.

A cidade oferece moradia popular mista, ou seja, para pessoas de várias faixas de renda, até recém-saídos do sistema prisional. Rose admitiu que, no início, a vizinhança ficou com medo. “Mas, com o desenvolvimento de um trabalho social, a região foi considerada um lugar absolutamente seguro”, comentou.

São projetos que incluem salas de aula, pensando nos moradores que precisam de integração social ou de um ambiente para reuniões da comunidade, e até com apartamentos duplex. Ele citou ainda os empreendimentos com atendimento hospitalar e alguns para sociabilizar dependentes químicos.

Entre os participantes, o professor da Universidade de Columbia, Thomas J. Trebat, lembrou que, apesar de os projetos de NY parecerem mais bem realizados, é preciso considerar que a população de São Paulo representa o dobro da de Nova York. Porém, o orçamento da capital paulista é metade do da cidade americana.