Sehab premia práticas sociais que aumentaram a renda nas comunidades carentes

Por Débora Yuri

Na última quinta-feira (28), a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) divulgou os vencedores do concurso de Boas Práticas Sociais para Geração de Renda. O objetivo do prêmio é divulgar e estimular iniciativas que, colocadas em prática nas comunidades que a Prefeitura está urbanizando, elevaram a autoestima e a renda dos moradores.

A prática vencedora foi Sacolas Recicláveis – Mulheres do Iporanga. São 25 mulheres de 20 a 67 anos do Jardim Iporanga, na Capela do Socorro (Zona Sul), que cortam, limpam e secam banners publicitários inutilizados. Depois, com o material reciclado e forro de chita, costuram sacolas “eco-friendly”.

As moradoras trabalham na sede da Associação de Moradores do Jd. Iporanga e recebem, em média, um salário mínimo (R$ 545). Têm até um blog para receber encomendas, o mulheresdoiporanga.wordpress.com. “Elas estão ganhando dinheiro para ajudar no orçamento familiar e, como trabalham perto de casa, podem cuidar dos filhos pequenos”, conta a coordenadora da oficina, Sandra Regina Pereira, de 44 anos.

Grandes empresas e órgãos públicos já encomendaram as bolsas, como escolas municipais e estaduais, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e a entidade internacional Cities Alliance. Todas as unidades trazem a etiqueta “Iporanga, água linda” – menção ao processo de urbanização do local, que faz parte do Programa Mananciais e recuperou nascentes do Córrego Iporanga.

“Nós temos de pensar grande para resolver os problemas sociais da cidade. Como eles são muitos, as ideias boas precisam gerar uma epidemia positiva”, disse o secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite. A superintendente de Habitação Popular da Sehab, Elisabete França, elogiou as equipes de trabalho social da secretaria que desenvolveram as práticas inscritas. “O concurso é uma forma de vocês verem como o seu trabalho é importante para a Prefeitura”, falou.

Segundo Violêta Kubrusly, secretária-executiva do Conselho Municipal de Habitação e organizadora do concurso, a premiação de ações da área social deve virar uma prática. “Fizemos um reconhecimento público dessas atividades. A invisibilidade do trabalho das equipes sociais precisa acabar porque ele é um pilar das nossas intervenções urbanísticas.”

Entre as práticas inscritas, estavam catadores do Parque do Gato, no Bom Retiro (Centro), que se organizaram para criar uma cooperativa de reciclagem; moradores do City Jaraguá (Zona Norte) que fazem gestão de resíduos sólidos na comunidade, e cursos profissionalizantes para jovens de Heliópolis (Zona Sul), oferecidos em parceria com o Senac.

O júri foi formado pela coordenadora do Centro Ruth Cardoso, Claudia Cavalcante, a consultora especial do Cenpec (Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária),Maria do Carmo Brant de Carvalho, e coordenador do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil), José Eduardo Tibiriçá.