Seis cidades vão trocar experiências com São Paulo

Por Débora Yuri e Marcos Palhares

Durante a Jornada da Habitação, os seis projetos escolhidos pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) vão trocar experiências com seis cidades de quatro continentes. A seguir, um pouco da história de cada uma.

- Medelín, Colômbia
A segunda cidade mais populosa da Colômbia tem problemas bem parecidos com os vistos em São Paulo. Lá, falta transporte público e a infraestrutura na periferia ainda não é a ideal. Com cerca de 2,3 milhões de habitantes, Medelín tem 55% de sua população vivendo em favelas ou assentamentos precários. Além dos solapamentos e enchentes, a topografia acidentada dificulta a mobilidade, e os índices de violência seguem elevados. Nos últimos anos, a periferia de Medelín tem passado por uma revitalização que inclui bibliotecas e escolas assinadas por arquitetos de grife, teleféricos que chegam ao topo dos morros, praças e parques. Durante a Jornada da Habitação, a cidade colombiana trocará experiências com o Cantinho do Céu, no Grajaú (Zona Sul).

- Bagdá, Iraque
Cidade que na ficção infantil já foi palco das “mil e uma noites”, Bagdá é, hoje, um lugar muito difícil para viver. Com uma população de 7,5 milhões de habitantes, é a capital e maior cidade do Iraque, país devastado após ser invadido, em 2003, por uma coalizão militar multinacional liderada pelos Estados Unidos. Lá, os serviços públicos, como distribuição de água e coleta de esgoto, são precários. Durante a Jornada da Habitação, essa cidade trocará experiências com o Programa de Cortiços da Secretaria Municipal de Habitação.


- Nairóbi, Quênia
Em Nairóbi, na capital do Quênia, cerca de 70% da população vive em favelas gigantescas, como Kibera e Mathare: coleta de esgoto, rede de água e energia elétrica não funcionam direito e algumas favelas lembram lixões. Na Jornada da Habitação, Nairóbi vai trocar experiências com o Bamburral, comunidade de Perus (Zona Norte) que está sendo urbanizada pela Prefeitura.

 

 - Moscou, Rússia
Economia emergente, como o Brasil, a Rússia também sofre com problemas habitacionais. O que assusta o país hoje, sobretudo na capital Moscou, é a “favelização” dos edifícios públicos construídos nos anos 1950. Integrante dos BRICs (grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China), a Rússia tem cerca de 140 milhões de habitantes e é uma economia em transição – recentemente, passou do regime socialista à economia de livre mercado. Na época da União Soviética, vigorava o sistema dos “apartamentos comunais”, divididos por várias gerações de famílias (muitas vezes, por mais de uma família). Nos anos 1990, as moradias cedidas à população viraram propriedade privada e nem todo mundo se preocupou em regularizar a situação, sendo que cerca de 80 milhões vivem nesses edifícios degradados. Essa cidade vai trocar experiências com a comunidade Heliópolis.

 

- Roma, Itália
Escolhida para trocar experiências com o Jardim São Francisco, na Zona Leste, durante a Jornada Habitacional, a comunidade Metropoliz, em Roma, na Itália, possui uma característica marcante: seus cerca de 200 moradores vieram de vários países, como Ucrânia, Romênia, Peru, Marrocos e Tunísia. Um dos temas que a comunidade da Zona Leste tem a ensinar aos europeus diz respeito a mobilização para fazer reivindicações ao poder público.

 

 

- Mumbai, Índia

Cidade mais populosa do país, com aproximadamente 12,4 milhões de habitantes, Mumbai tem muitas comunidades em condições precárias. Uma das maiores favelas da cidade é a Dharavi, com cerca de 1 milhão de habitantes. Por falta de condições adequadas de higiene – banheiros são escassos, por exemplo –, a comunidade sofre com doenças. A cidade trocará experiências com a comunidade de Paraisópolis, na Zona Sul da capital.