Primeiras unidades a receberem vítimas de incêndio na Favela do Moinho começam a sair do papel

Por Bete Hoppe e Marcos Palhares

As famílias atingidas pelo incêndio na Favela do Moinho, na região de Campos Elísios, estão sendo atendidas pela Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e, caso queiram, poderão receber uma das 350 unidades de um empreendimento na região da Ponte dos Remédios. Os seis novos edifícios desse conjunto estão sendo construídos pela Sehab, com previsão de entrega para o fim deste ano.

Além disso, todas as pessoas da Favela do Moinho vão receber moradia definitiva – inclusive aquelas que não foram atingidas diretamente pelo incêndio do dia 22 de dezembro. Ao todo, 815 famílias da área que aguardam pela moradia definitiva estão sendo incluídas nos programas da Sehab, seja ele o Auxílio Aluguel ou o Parceria Social.

Além do conjunto na Vila dos Remédios, a Prefeitura também deverá construir Habitação de Interesse Social (HIS) na área vizinha ao Moinho. Nesse trabalho, o Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), assumiu compromisso de contribuir com aporte financeiro na construção das moradias. O projeto será encaminhado pelo programa federal Minha Casa, Minha Vida.

Projeto na Ponte dos Remédios

O projeto da Ponte dos Remédios será feito em duas etapas. Depois de entregue as primeiras 350 unidades, serão construídos mais 950 apartamentos em quatro prédios, totalizando 1.300 imóveis em 10 edifícios. O investimento total será de R$ 220 milhões na área. Além das moradias, o projeto prevê a construção de duas creches (uma em cada etapa), padaria-escola, centro de reciclagem, vila para idosos e um clube escola.

O arquiteto Marcos Acayaba, co-autor do projeto, junto com Eduardo Ferroni e Pablo Hereñú, destaca a criação de um ponto de convivência. “Teremos esquinas, com farmácia, padaria. Será um ponto de encontro tipicamente urbano, para que o conjunto habitacional esteja bem integrado com a cidade”, afirma Acayaba.

O projeto também prevê a preservação de algumas construções industriais antigas que já ocupavam o terreno, como uma chaminé. “Isso deu ao desenho uma característica interessante. E os prédios que serão construídos possuem tipologias diferentes, o que contribui para dar um caráter bem mais urbano”, completa o arquiteto.