Gestão contemporânea dos resíduos sólidos

Livro reúne artigos de especialistas que mostram como gerir corretamente materiais que podem ser reciclados

Foto: Assessoria de Impensa/SES

Contribuir para o debate e socialização das boas práticas que interfiram positivamente na qualidade ambiental e na vida da população. Esse é o teor do livro “Gestão Contemporânea dos Resíduos Sólidos – Nova era para a destinação adequada do lixo gerado na cidade de São Paulo -, lançado nesta terça-feira (23) no auditório da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). A cerimônia contou com as presenças de Raimundo Pires Silva, organizador da publicação, Rogério Silva, diretor executivo do Instituto Macuco, organização sem fins lucrativos que produz e implementa projetos nas áreas socioambiental, Elcires Pimenta Freire, coordenador de projetos e professor da FESPSP, e Simão Pedro, secretário de Serviços.

Editado e produzido pelo Instituto Macuco, com apoio das empresas EcoUrbis e Loga, responsáveis pela coleta e destinação adequada das cerca de 12 mil toneladas de resíduos sólidos domiciliares gerados na cidade de São Paulo, a publicação reúne textos de diferentes autores em torno do tema “resíduos sólidos” (materiais que não podem ser reutilizados ou reciclados). Entre os destaques estão José Goldemberg, secretário estadual do Meio Ambiente (2002-2007), Isabella Mônica Teixeira, ministra do Meio Ambiente, Ney Maranhão, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, e Silvano Silvério da Costa, que comandou a Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), de 2013 a fevereiro deste ano. O livro traz também uma síntese do Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município de São Paulo (PGIRS).

Para Elcires Pimenta Freire, a gestão de resíduos sólidos na cidade de São Paulo reflete de forma contundente para o resto do País, já que o modelo da capital paulista objetiva quebrar resistências em torno do tema, além de fortalecer a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e transformá-la em cultura. Promulgada pela Lei 12.305/2010, a PNRS é o marco regulatório para balizar a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos. Freire, ao lado de Luciana Pranzetti Barreira, professora e pesquisadora da FESPSP, é autor de um dos textos inseridos na publicação.

“Temos procurado divulgar ações para a cidade por meio de projetos socioambiental. Neste sentido, o livro, ao apresentar textos de especialistas que ensinam como transformar teoria em prática, mostra o que existe de essencial no sentido de ver e mudar a cidade, principalmente sobre o que queremos para nós e aos nossos filhos”, destacou Rogério Silva.

Simão Pedro enalteceu a parceria das concessionárias na elaboração da publicação, e também a participação dos catadores de materiais recicláveis e reutilizáveis, que, segundo ele, são os principais atores da destinação correta do lixo gerado na cidade. “Eles são também os grandes incentivadores para a elaboração do plano da cidade (PGIRS)”, disse, ao destacar ainda o papel desempenhado pela Amlurb na execução desse plano.

Ele lembrou que nos últimos anos a cidade vinha desenvolvendo políticas de reciclagem, que se perdiam a cada mudança de gestão. “Porém, com a vigência da lei que fixou a PNRS, um novo caminho pode ser seguido, o que contribuiu para a elaboração da PGIRS”, enfatizou. “Com isso, a intenção é reciclar 18% de todo o lixo coletado nos próximos 20 anos –hoje esse percentual é de 4%- e, dessa maneira, edificar uma cidade mais humana e agradável para todos”, finalizou.