Foto: Assessoria de Imprensa/SES
Para dar continuidade à política de diálogo com os movimentos sociais de catadores e também discutir o aperfeiçoamento do novo modelo de contratação da prefeitura, que prevê a substituição dos atuais convênios por contratos de prestação de serviços ambientais, o secretário de Serviços Simão Pedro e o presidente da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), José Antônio Bachim, recepcionaram nesta quarta-feira (19/08) representantes do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). A entidade, que existe há 14 anos, tem como objetivo a valorização da categoria de catador.
Simão Pedro ressaltou que a busca do diálogo não visa somente preservar o direito dos catadores, mas também buscar alternativas para incluí-los, cada vez mais, no processo de reciclagem, visando melhorar sua renda e como podem se beneficiar das novas tecnologias. “Buscamos aparar arestas entre o funcionamento das centrais mecanizadas de triagem e as centrais manuais, que eles operam”, enfatizou, ao ressaltar que, além de apoio ao novo modelo, as entidades que integram o MNCR apresentaram sugestões para melhorá-lo.
Entre os pontos esclarecidos durante o encontro está a operação colocada em prática na Rua 25 de Março para combater a exploração de catadores avulsos por intermediários entre grandes geradores e sucateiros que exploram materiais recicláveis na região. A atuação da Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana) nesse processo é evitar que os materiais deixem de seguir para as cooperativas de catadores e para as centrais mecanizadas.
Ficou definido que a Amlurb irá se reunir com o movimento para ajudar os catadores avulsos que trabalham na região. O objetivo é que se organizem em cooperativas para se beneficiarem da catação, coleta e reciclagem. “Ali tem uma grande produção, principalmente de papelão, que infelizmente fica nas mãos de duas ou três empresas, que atuam de forma irregular”, ressaltou o secretário.
Também foi reafirmado que as centrais mecanizadas não fazem oposição aos catadores, já que, à medida que vão se expandindo, possibilitam a inclusão da categoria. Tanto é verdade que a composição do Fundo Municipal de Reciclagem (comercializa os resíduos triados nas centrais mecanizadas) e a do Conselho Gestor é formada por um terço desses profissionais. Um dos pontos em estudo é o da contratação de cooperativas pela Amlurb, com recursos próprios, o que faria com que os recursos do fundo fossem destinados entre os catadores das cooperativas e investimentos nas mesmas.
“Além disso, ressaltamos que se encontram em andamento todos os processos de licitação e contratações que podem ser efetuados por meio de R$ 42 milhões conquistados junto ao BNDES. Esses recursos foram destinados para investimentos em melhoria das cooperativas e inclusão dos catadores. Nesse sentido, já estão programadas as reformas de dez galpões e a construção de outros dois, aquisição de máquinas e equipamentos e investimentos em capacitação e gestão das cooperativas. Tudo com o objetivo de melhorar a eficiência”, afirmou.
O encontro também serviu para discutir o melhor uso dos caminhões alugados pela prefeitura para uso dos catadores. A ideia é que eles não façam a mesma rota dos veículos de coleta das concessionárias. “Foi uma reunião produtiva, de aprofundamento de diálogos, coleta de sugestões e troca de informações, o que reafirma a política da Secretaria de Serviços e o compromisso do prefeito Fernando Haddad de expandir a conversa com essa categoria. Ou seja, com diálogo e respeito, estamos avançando na coleta seletiva e na reciclagem. Afinal, nossa política é radicalizar a reciclagem e abolir a ideia da incineração”, concluiu Simão Pedro.
O conteúdo desse encontro será levado, nesta sexta-feira (21), ao conhecido de Wilson dos Santos, coordenador da Cooperativa Vira-Lata e da Rede Paulista de Comercialização Solidária de Materiais Recicláveis. A rede é um projeto patrocinado pela Petrobras, que tem como linha de atuação a geração de trabalho, emprego e renda.