Beco do Batman: de escuridão total à iluminação com tecnologia LED

Considerado uma das maiores galerias de arte a céu aberto o mundo, a iluminação era uma reivindicação antiga dos moradores

 

Foto: Mariana Fiori/Ilume

Acompanhado pelo secretário de Serviços, Alberto Serra, o prefeito Fernando Haddad entregou nesta sexta-feira (20/05) a iluminação com tecnologia LED do Beco do Batman, uma viela que serve de acesso entre as ruas Luís Murat e Harmonia, no bairro boêmio da Vila Madalena, Zona Oeste da cidade. No local, que chama a atenção por suas paredes inteiramente grafitadas, foram instalados 13 pontos com esse tipo de luminária, um investimento estimado em R$ 65 mil.

Para realçar ainda mais o espaço, considerado uma das maiores galerias de arte a céu aberto do mundo, a circulação de carros no beco, cujo nome oficial é Rua Gonçalo Afonso, também se tornou proibida, com exceção os de moradores.

A melhoria da via era uma reivindicação de mais de 30 anos dos moradores e artistas do entorno. Um desses moradores, o professor Dirceu Dias, no local desde o fim dos anos 1970, sempre lutou para que o Beco apresentasse mais segurança e conforto. “Os moradores próximos das entradas (do beco) é que iluminavam parte da área”, comentou. Ou como disse Gilberto Dimenstein, idealizador do site Catraca Livre, que agrupa novidades culturais gratuitas da cidade de São Paulo: “com iluminação de qualidade, você cria um novo espaço cultural para a cidade ao transformá-lo em ponto de visitação permanente”.

A história do Beco do Batman começa na década de 1980, quando foi encontrado em suas paredes um desenho do homem-morcego. Até então, o local era pintado semanalmente, com a intenção de que não ficasse deteriorado e sem vida. A partir daí, tornou-se um ponto de turismo devido a dezenas de grafites pintados. Os desenhos são renovados constantemente e as paredes são conservadas pela comunidade.

Virada Cultural -
Além do Beco do Batman, a cidade ganhou neste fim de semana outras 711 luminárias com tecnologia LED no circuito que compõem a Virada Cultural. Essas unidades foram instaladas em locais antes abastecidos com lâmpadas de vapor de sódio. Desse total, mais de 200 estão localizadas na Praça da República.

“Além de proporcionar mais segurança e garantir o bem estar dos frequentadores, pela primeira vez a Virada Cultural deixa um legado para a cidade: iluminação de qualidade em alguns pontos do centro”, destaca Alberto Serra, secretário de Serviços.

LED na cidade – Além de apresentar vida útil longa – cerca de 12 anos - outra vantagem da tecnologia LED é a economia, já que consomem cerca de 50% menos energia elétrica do que as lâmpadas de vapor de sódio, que são maioria no parque luminotécnico da cidade. Locais como a Avenida 23 de maio, Marginal do Tietê e Baixos do Elevado Costa e Silva (Minhocão) são alguns pontos em que a tecnologia foi implantada.

Porém, o programa de maior evidência da atual gestão é o LED nos Bairros, que tem como objetivo levar esse tipo de iluminação para bairros que apresentam altos índices de vulnerabilidade social. Com cerca de 40 mil unidades já instaladas, esse programa é realidade nos distritos de Brasilândia (Zona Norte), Lajeado (Zona Leste) e Raposo Tavares (Zona Oeste) e se prepara para entregar as obras de Sapopemba. Até o final de junho, deverão ser contemplados os distritos do Jardim Ângela e Pedreira (Zona Sul) e Jardim Helena (Zona Oeste).

Participaram também do evento Maria do Rosário Ramalho, secretária de Cultura, Nabil Bonduk e Simão Pedro, respectivamente ex-secretários municipais de Cultura e de Serviços, e lideranças locais.