Viva o Verde SP: população ajuda a planejar futuro de 8 parques em São Paulo

Iniciativa da Prefeitura de São Paulo com ONU-Habitat promoveu 12 oficinas com 253 participantes para elaborar planos de gestão, documentos que vão guiar a administração, usos e normas de oito parques da cidade.

Além dos planos de gestão, o projeto promove uma avaliação geral dos mais de 100 parques urbanos da cidade e análises específicas de dez deles, além de inovações financeiras para a manutenção dos espaços públicos verdes.

Conhecida pela urbanização típica de megalópole, São Paulo se destaca também por um esforço que foge do cinza tão comum em grandes cidades: a ampliação e preservação dos espaços verdes públicos.

Garantir uma cidade mais arborizada é, inclusive, um compromisso estabelecido no Plano Diretor Estratégico da cidade, e para garantir o adequado acesso e a melhoria dessas áreas é fundamental promover atitudes como a implantação de novos parques e a boa gestão dos já existentes, garantindo o aumento e adequada manutenção da flora e fauna nativas.

Atenta a essas necessidades, a iniciativa Viva o Verde SP, parceria entre o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat) e a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), da Prefeitura de São Paulo, realizou, em abril, 12 oficinas de participação popular para embasar a elaboração dos planos de gestão de oito parques municipais da capital paulista.

Os planos de gestão são documentos com estudos, diretrizes, procedimentos e normas para o manejo dos atributos naturais, garantia dos usos públicos e estímulo da gestão compartilhada dos parques urbanos – fundamentais para a manutenção e melhoria contínua dessas áreas verdes, com colaboração direta da sociedade.

Oito parques de São Paulo vão receber planos de gestão por meio da iniciativa:

  • Parque Água Podre – Ypuera
  • Parque Alto da Boa Vista
  • Parque Aristocrata
  • Parque Augusta
  • Parque Córrego do Bispo
  • Parque Fazenda da Juta
  • Parque Jardim Apurá – Búfalos
  • Parque de Paraisópolis
     

  
Legenda: Objetivo das oficinas, além de apresentar avanços nos estudos técnicos individuais, foi ouvir a população sobre o que deve ser incluído nos planos de gestão

 Participação popular

Nas oficinas, pessoas e organizações envolvidas no dia a dia desses oito parques compartilharam coletivamente suas ideias para o melhor uso dos espaços durante dias marcados por muitas trocas de experiências e apresentações sobre diferentes aspectos relacionados aos desafios e demandas desses espaços públicos.

Em quatro desses parques (Aristocrata, Augusta, Búfalos e Paraisópolis), também foram realizadas oficinas com crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos – que aproveitaram para refletir, de maneira lúdica, sobre o que mais gostam nos parques, o que acreditam que é preciso melhorar, que soluções podem ser adotadas e, claro, também tiraram um tempo para se divertirem nesses espaços.

“Nossa parceria com o ONU-Habitat já está rendendo frutos muito importantes. Um diagnóstico do Viva o Verde SP nos revelou que a maioria dos frequentadores das oficinas foi formada por mulheres entre 30 e 60 anos. Essas informações nos ajudam nos planos de gestão e nas formas de sempre propormos atividades e ações que contemplem um número significativo de pessoas”, afirma o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Rodrigo Ravena.

Ao todo, as oficinas reuniram 253 participantes, sendo 107 crianças e adolescentes e 146 adultos representando o público geral (mulheres trans, mulheres cis, homens trans, homens cis, pessoas não binárias, pessoas negras, brancas, amarelas e indígenas).

 


 Legenda: No parque Água Podre - Ypuera, zona oeste de São Paulo, sociedade civil discutiu desejos e soluções para que o espaço público seja utilizado da melhor forma.Foto: © Jordi Sánchez-Cuenca/ONU-Habitat Brasil.

As oficinas contaram com uma ampla convocatória, para também escutar as vozes de crianças, adolescentes, mulheres, imigrantes e refugiados, cidadãos que trabalham informalmente, idosos(as), negros(as), pessoas com deficiência, de baixa renda, em situação de rua e LGBTQIA+, entre outros.

A maioria dos participantes no público geral foram mulheres, entre 30 e 60 anos, que se identificaram como pessoas negras ou brancas, se deslocam até o parque a pé, e demoram 15 minutos no trajeto.

Entre as demandas para esses espaços públicos, a necessidade de transporte público próximo para chegar até o parque, a falta de ações de educação ambiental e patrimonial e a importância de garantir segurança e saneamento básico no entorno estiveram entre os principais pedidos.

O objetivo das oficinas, além de apresentar os avanços nos estudos técnicos individuais, foi ouvir a população sobre o que deve ser incluído nos planos de gestão – que serão como um guia sobre a administração, usos e normas do parque, assim como de controle social pela sociedade civil, por meio da consolidação de diretrizes e da gestão colaborativa.

"Ter criado um espaço de escuta para a população dos diferentes territórios está sendo fundamental para os planos de gestão, pois conseguimos construir juntos um processo de inteligência coletiva ao pensarmos possíveis soluções para as necessidades colocadas e, ao mesmo tempo, pelo surgimento de novas questões e potencialidades dos parques que só pessoas que vivem eles diariamente conseguiriam detectar", destaca María Fernanda Arias Godoy, analista de programas do ONU-Habitat.

Depois das oficinas, equipe está trabalhando na compilação do que foi registrado durante as atividades de participação popular para sintetizar os aprendizados e propor formas de implementar os anseios da sociedade, com o intuito de melhorar os parques para todas as pessoas que os frequentam.

  
 Oficinas contaram com muito aprendizado, troca de experiências e escuta ativa para entender o que é preciso que os planos de gestão contemplem, em busca de parques ainda melhores para todas as pessoas

 

Sobre o Viva o Verde SP

A iniciativa Viva o Verde SP é uma parceria entre a Prefeitura de São Paulo e o ONU-Habitat que visa contribuir para alcançar a igualdade na distribuição espacial e na acessibilidade das áreas verdes públicas na capital paulista.

Firmado com a Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente (SVMA), o acordo prevê a realização de uma avaliação geral dos mais de cem parques urbanos da cidade, análises específicas de dez destes equipamentos, além de contribuir em outras esferas, como a elaboração de planos de gestão e a promoção de inovação financeira para a manutenção dos espaços públicos verdes.

O Viva o Verde SP conta com uma equipe do ONU-Habitat atuando junto à SVMA e com um grupo de referência consultivo, formado por representantes da sociedade civil, da academia e de especialistas. Além da capacitação para que servidores e sociedade possam contribuir, monitorar e replicar as metodologias da organização, as atividades do projeto também incluem diferentes níveis de avaliação dos parques, com equipes multidisciplinares e coletas de dados primários e secundários com a aplicação das ferramentas globais do ONU-Habitat de avaliação de espaços públicos.

 



Essa reportagem contempla os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) 3 (Saúde e bem-estar), 5 (Igualdade de gênero), 9 (Indústria, inovação e infraestrutura), 10 (Redução das desigualdades), 11 (Cidades e comunidades sustentáveis), 13 (Ação contra a mudança global do clima), 15 (Vida terrestre) e 17 (parcerias e meios de implementação). 


 

 

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