A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA) acaba de identificar o número de espécies arbóreas nativas da cidade. O Herbário Municipal, setor responsável pelo inventário da flora no município, foi responsável pela atualização da lista que catalogou 673 árvores, em 2024. “Esse dado revela que o município de São Paulo possui uma diversidade altíssima de árvores. Para termos uma ideia, podem ser encontradas no território paulistano cerca de um terço das espécies arbóreas nativas do estado de São Paulo”, afirma Eduardo Hortal Pereira Barretto, biólogo, coordenador do Herbário Municipal e responsável por essa atualização.

“Este registro resulta da implementação da Ação 4 do Plano Municipal de Arborização Urbana - PMAU. O PMAU incentiva, revisa e transforma os cuidados com a biodiversidade arbórea nativa. O conhecimento e o uso destas espécies ampliam a diversidade e proteção do ambiente como um todo, além estimular um paisagismo que garanta a marca original do território”, afirma a coordenadora do PMAU, Priscilla Cerqueira.

Senna multijuga (Rich.) H.S.Irwin & Barneby. Conhecida popularmente como pau-cigarra ou canafístula, é uma árvore de porte pequeno, com floração exuberante, muito frequente em florestas alteradas ou jovens do município. Eventualmente pode ser observada na arborização ou paisagismo.
 

O inventário foi construído a partir do levantamento dos registros de coletas botânicas existentes nos ambientes naturais do município de São Paulo. As plantas, após serem coletadas, prensadas, identificadas e fixadas em cartolinas (chamadas assim de exsicatas), são acondicionadas no acervo dos herbários, representando a documentação da flora de determinada região.

Das 673 espécies de árvores, 54 encontram-se ameaçadas de extinção em diferentes níveis, sendo: extinta, criticamente em perigo, em perigo, vulnerável segundo a classificação das listas oficiais do estado de São Paulo e do Brasil.

Myrcia tenondeporan M.F.Santos & E.Barretto: espécie da família das Myrtaceae, que foi descrita recentemente. É uma árvore de pequeno a médio porte, relativamente comum nas florestas da Zona Sul do município.

“A importância da lista vai além do registro e orienta também o plantio correto no município. Historicamente, o uso indiscriminado de espécies exóticas traz um risco inerente de aumento da ocorrência de espécies invasoras, uma vez que outras podem vir a se tornar problemáticas. Elas competem com as nativas a ponto de se sobrepor nos ambientes naturais, causando perda de diversidade”, afirma a engenheira florestal do Herbário Municipal, Luara Granato.

 Pleroma raddianum (DC.) Gardner: chamada popularmente de manacá-da-serra, é uma árvore de pequeno a médio porte, comum nas florestas jovens ou alteradas do município de São Paulo, é também eventualmente encontrada na arborização urbana ou paisagismo.

 
Ocotea felix Coe-Teix. Espécie arbórea de grande porte, em perigo de extinção, restrita a Mata Atlântica do estado de São Paulo. Um dos pouquíssimos registros existentes dessa espécie é em um sítio localizado em Parelheiros, Zona Sul do município.

 

Essa reportagem contempla os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 11 (Cidades e comunidades sustentáveis) e 15 (Vida terrestre).  

 

 

 

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