O Programa Aventura Ambiental é de longa data. Desde 2006, ele acontece na Universidade Aberta do Meio Ambiente e de Cultura de Paz. Neste ano de 2024, com dezoito anos de programa, houve um evento para o lançamento de um e-book sobre o Aventura Ambiental, também como encerramento da Semana Municipal do Brincar.

O livro descreve e explica três atividades realizadas no programa, bastante importantes. O intuito do e-book é possibilitar a reprodução das brincadeiras e dos conteúdos vistos na UMAPAZ em diferentes locais, proporcionando educação ambiental para todos e para além daqui.

No evento, a roda de conversa contou com uma explicação da Gabriela Chabbouh sobre o programa enquanto uma política pública, alinhado à Política Municipal de Educação Ambiental, ao Plano Municipal da Primeira Infância e ao Plano de Ação da Agenda Municipal 2030. O Aventura Ambiental é formador de espaços e conhecimentos da natureza e transformador do desenvolvimento da sociedade, visando um futuro mais sustentável e justo.

Débora Pontalti Marcondes, uma das idealizadoras do programa, também comentou sobre o intuito de construção plural por agentes diversos de uma cultura que priorize o valor da vida e do meio ambiente. Em seguida, uma das estagiárias do programa, Karen, deu um depoimento sobre a sua vivência no Aventura Ambiental. Karen comentou que é uma experiência única para as crianças que participam, muitas das periferias de São Paulo. Ela fez referência a uma fala de Anderson (ex-estagiário do programa) de que “muitas vezes essas crianças nunca viram espaços como o do Viveiro Manequinho Lopes, com tanta natureza livre de lixos ou excessos de poluições (visuais, sonoras...)”.

Isabela Pessoni, atual coordenadora do programa, contou então como este cuidado com a vida e a educação das crianças têm especial importância em sua vida, vindo da área de Assistência Social e tendo em sua carreira atuado especialmente na defesa dos direitos da criança e do adolescente. Além disso, ela compartilhou a sua trajetória, vindo de uma cidade do interior de Minas Gerais para São Paulo e assim reconhecendo o privilégio de ter crescido em contato com a natureza.

Depois das falas e das perguntas, a roda de conversa encerrou com o anúncio do café ao lado da exposição preparada pela equipe de estagiários do Aventura. Havia diversas instalações e montagens, não só focadas nas atividades presentes no e-book como também em toda a história do programa na UMAPAZ.

O dia a dia dos encontros estava representado por fotografias de anos anteriores, desde quando o passeio era feito no Parque Ibirapuera e não no Viveiro Manequinho Lopes. A atividade “Conhecendo as aves” foi criativamente exposta pelas impressões em tamanho das aves que podem ser encontradas no Viveiro, como Bem-te-vi, Sabiá-laranjeira, Sanhaço-cinzento e João-de-barro. Além disso, estavam pendurados 16 monóculos diferentes para 8 espécies de pássaros, cada um com uma fotografia específica.  

 

Havia quatro painéis para serem pintados e desenvolvidos pelos visitantes, preparados com árvores magistrais do Viveiro, como o Baobá, para dar início aos desenhos coletivos, e tintas naturais como bertalha azul, sangue de leão e terra, ao lado dos pincéis. Outro mural exposto foi uma composição de palavras marcantes ditas pelos visitantes ao final das aventuras, como “tranquilidade”, “flora”, “natureza”, “ceboleiro”, “diversidade” e “experiência”, recorrentemente trazidas nessa prática do programa.

 

Já a atividade descrita no e-book dos “Detetives da natureza”, que tem como intuito instigar os sentidos dos aventureiros e incentivá-los a estarem atentos aos estímulos da natureza para além dos estufins do Viveiro, estava representada por uma instalação de vários troncos cortados (por questões de manejo) remontados de forma que pareciam um tronco só, com algumas mudas de plantas dos estufins. Perguntas e frases estavam dispostas para gerar curiosidade nos visitantes, assim como na dinâmica da atividade do programa.

Por fim, importante ressaltar os frutos e sementes distribuídos pela exposição, que não estavam lá apenas para embelezar o ambiente. Eles fazem parte da carpoteca do Aventura Ambiental, ou seja, da sua biblioteca de frutos (carpo) e sementes. É uma coleção para observação e estudo teórico da biodiversidade e dos ciclos da natureza. Os estagiários do programa contaram como essa atividade está bem descrita no e-book, com ênfase também para todas as possibilidades didáticas da carpoteca.

Assim como nas outras atividades, os 5 sentidos constituem um foco de trabalho, mas nesta frente ele se dá pelo toque das diversas texturas desses frutos e sementes, pela criação de instrumentos e pela produção de culturas musicais, aumentando a experiência auditiva e tátil das crianças.

O e-book está disponível no site da UMAPAZ, tanto na página do Programa Aventura Ambiental, quanto na descrição do evento de lançamento, dentro da programação de maio. Publicação importante de ser lida e exercida casa afora.