Inverno foi o 4° mais seco dos últimos 22 anos

 De acordo com o aferido pelas estações meteorológicas automáticas do Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo (CGE), o inverno de 2016 na cidade foi o quarto mais seco desde 1995, ano de início de nosso banco de dados. O índice pluviométrico médio na estação foi, até às 13h de 21/09, de 95,4 mm, inferior em 33,2% à média histórica para o período, que é de 142,8mm.

Enquanto a maioria do período de inverno foi seca, conforme expectativa, o mês de agosto de 2016 foi atípico, registrando quase três vezes o volume de chuva esperado. O mês de setembro deve terminar com chuvas abaixo da média histórica.

Além disso, vale observar que as chuvas não foram bem distribuídas na estação, ocorrendo em poucos dias, conforme o esperado para a época.

“As sucessivas massas de ar polar frio e seco que se propagaram no mês de junho geraram um bloqueio atmosférico que perdurou por várias semanas, dificultando a passagem de frentes frias mais fortes. Essa situação só foi rompida na segunda quinzena de agosto, quando uma frente fria associada a uma área de baixa pressão organizou chuvas mais generalizadas, que inclusive superaram a média do mês”, afirma Thomaz Garcia, meteorologista do CGE.

Apesar disso, o acumulado de chuvas da estação ficou bem abaixo da média do inverno (142,8mm), que já é baixa. “Isso era esperado pois a previsão já havia levado em conta que esse inverno se passaria em condições de neutralidade climática”, explica Garcia. Alguns invernos anteriores, como o de 2009, que acumulou 352,2mm, e o de 2015, com 245,3mm, foram regidos por eventos climáticos como o El Niño e tiveram chuvas muito acima do comum, elevando a média pluviométrica do período.

No geral, o inverno teve temperaturas dentro do normal. O final do mês de junho - início do inverno - na média, foi mais frio, e as tardes de julho registraram temperaturas maiores que as esperadas. A temperatura média máxima registrada na cidade neste inverno, de 33,1°C, aferida em 18 de setembro, foi a quarta maior de todo o ano de 2016, e pode ser comparada apenas a valores observados durante o verão e início do outono. O frio veio apenas em curtos períodos, sem nenhuma onda de frio prolongada, e a menor média das máximas do período de inverno foi de 13,7°C, registrada no dia 21 de junho, de acordo com os dados aferidos pelas estações meteorológicas automáticas do CGE. Já a menor média das temperaturas mínimas foi de 8,0°C, aferida no dia 11 de agosto.

Foram observados períodos com baixos índices de umidade, porém, de maneira geral, não houve muitos dias com umidade do ar abaixo de 30%, índice que configura estado de criticidade para baixa umidade relativa do ar. Assim, essas taxas permaneceram dentro do esperado para a época do ano. O menor valor médio registrado pelas estações meteorológicas automáticas do CGE durante o inverno foi de 20,2%, no dia 14 de agosto, quando a cidade entrou em estado de alerta para baixa umidade relativa do ar.

“Diferentemente dos últimos dois invernos, este inverno transcorreu sob neutralidade climática, o que foi determinante para que as temperaturas e as chuvas ficassem dentro do padrão”, afirma Garcia.

Previsão para a Primavera

A primavera, que começa às 11h21 de amanhã (22), é uma estação de transição entre o inverno, frio e seco, e o verão, quente e úmido. A partir desta estação, será observado no Sudeste um aumento gradativo nas temperaturas e no volume de chuvas, que atinge o ápice nos meses de janeiro e fevereiro (verão). É comum também na primavera o registro de grande amplitude térmica, ou seja, a diferença das temperaturas máximas e mínimas registradas num mesmo dia. Usualmente, observa-se altas temperaturas e recordes durante a primavera e também temporais de forte intensidade e localizados, com raios, rajadas de vento e queda de granizo.

Esta primavera será marcada, em seu início, com uma condição de neutralidade climatológica, ou seja, não será regida por nenhum fenômeno global. Entretanto, é alta a probabilidade de um evento fraco de La Niña, que é o resfriamento anômalo das águas superficiais do Pacífico Equatorial, se estabelecer até o final da estação. “No Brasil, o impacto mais significativo é a redução do volume de chuvas no Sul do país. As temperaturas em São Paulo ficam dentro do normal, porém ainda podem ocorrer eventos tardios de frio, principalmente no início da estação”, afirma Garcia.

Tendência para os próximos dias

A quinta-feira (22) começa com céu nublado e formação de névoa úmida na Grande São Paulo. No decorrer do dia, a nebulosidade diminui e o sol aparece. A temperatura apresenta gradual elevação e não há previsão de chuva. Mínima de 12°C e máxima de 23°C.

A sexta-feira (23) começa com formação de nevoeiro ao amanhecer, o que vai restringir a visibilidade nos aeroportos e rodovias que cortam a região metropolitana. Ainda pela manhã a neblina se dissipa e o sol brilha forte, o que vai facilitar o rápido aquecimento do ar. Os termômetros oscilam entre 13°C e 28°C, e os menores percentuais de umidade se aproximam dos 35%.

Texto: Assessoria de Imprensa CGE