Engenheiros de Moçambique e Zâmbia visitam obras da Operação Urbana Água Branca

Um grupo de engenheiros, técnicos e gestores de Moçambique e Zâmbia visitaram, em dezembro, as obras das galerias dos córregos Água Preta e Sumaré, na zona oeste da cidade.

O engenheiro Marcos Montenegro, da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária Ambiental - ABES/DF -, que organizou a programação das visitas também levou o grupo a Brasília, Santo André e Guarulhos. "Os técnicos, engenheiros e gestores públicos estão envolvidos na execução de obras da mesma natureza, em seus respectivos países, e estão acompanhando a evolução das políticas públicas brasileiras, tanto na parte de esgotamento sanitário quanto na parte de drenagem urbana”, explicou ele.

Em Brasília, parada anterior à de São Paulo, os africanos voltaram sua atenção no sistema de esgoto condominial, que é um esgoto mais adequado para situações onde a cidade é mais organizada. Para a parte de drenagem, o foco era a região metropolitana de São Paulo, onde foram mostradas obras de drenagem e controle de enchente.

No canteiro de obras, os visitantes estrangeiros assistiram a uma apresentação feita pelos engenheiros de SPObras que explicaram o projeto proposto e as soluções de engenharia utilizadas para cavar em solo mole, abaixo do nível da água e com interferências diversas.

O diretor de Projetos, Ricardo Pereira da Silva explicou ainda a função da SPObras, o que foi foco do interesse do grupo africano.

“A empresa é uma gerenciadora de obras públicas, ligada à Secretaria de Infraestrutura Urbana e Obras e está encarregada de construir todo programa de Mobilidade Urbana da cidade e também algumas obras das Operações Urbanas", explicou.

Silva explicou a importância da obra visita e falou sobre a localização das galerias, dos córregos atendidos por elas e como a obra é fundamental para os moradores da região que convivem com alagamentos constantes e os problemas decorrentes deles.

"Estamos numa zona que sofre com alagamentos devido a chuvas de grande intensidade. A área de várzea dos córregos foi urbanizada e aterrada. Os córregos Sumaré e Água Preta enchem muito e vazão atual é insuficiente por um problema ocasionado pela própria cidade, pela urbanização desordenada. Assim, a obra, que visa conter os alagamentos, consiste na execução de uma rede de drenagem, paralela à que já existe, quintuplicando a capacidade de vazão destes dois córregos", destacou.

Durante a apresentação audiovisual os visitantes conheceram os métodos de escavação dos túneis e galerias a céu aberto, e todas as etapas de construção da rede de drenagem. "Essa obra e a do Córrego Ponte Baixa são as duas principais obras de drenagem da cidade de São Paulo. Aqui, temos uma obra de uma envergadura muito grande, onde vamos drenar 62 m³ de água por segundo, em uma região muito importante da cidade, que sofre com grandes alagamentos e merece ficar livre das enchentes", destacou o diretor de SPObras.

Todo trabalho, que emprega alta tecnologia e engenharia, foi verificado por uma equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento, BID, que acompanha a missão africana em busca de conhecimento e troca de experiências e soluções para problemas semelhantes encontrados em seus países.

Segundo o secretário de obras e infraestrutura de Maputo, Moçambique, Vitor Fonseca, a visita a São Paulo faz parte de um trabalho de cooperação com o BID. "O mundo vive grandes mudanças climáticas, e essas mudanças fazem com que as cidades comecem a se preparar para situações de chuvas não programadas, com grandes variações e em curto espaço de tempo. Isso se torna um desafio para a gestão municipal. Como São Paulo é uma cidade com grande densidade demográfica, comparando-se a Maputo, que tem 1,2 milhão de habitantes, viemos buscar aqui conhecimento para gerir o sistema de saneamento e drenagem, para que possamos crescer e desenvolver projetos baseados em boas experiências conhecidas".
 

Veja abaixo as fotos da visita:

 

Assessoria de Comunicação de SPObras

SP - 19/12/2014