Novo mobiliário urbano completa dois anos e é aprovado pelos paulistanos

O arquiteto que administra o contrato, Sergio Rodrigues, avalia, nessa entrevista, os ganhos e as dificuldades que ainda são enfrentadas

O novo mobiliário urbano, composto por totens e abrigos de parada de ônibus e relógios de rua, completa dois anos de instalação. Até o momento, foram instalados 4.581 abrigos e mil relógios digitais de rua. Nesta entrevista, o gerente do contrato, arquiteto Sérgio Rodrigues, avalia os ganhos e as dificuldades que ainda são enfrentadas e o que ainda falta fazer.
Segundo ele, a principal dificuldade enfrentada é com os inúmeros pedidos de abrigos para todas paradas. E o maior ganho é a velocidade de instalação e de solução de problemas pontuais. Confira a seguir trechos da entrevista.
 

Completamos dois anos da implantação dos novos abrigos de ônibus e relógios digitais. Sabemos que, no início, houve certa reação negativa da sociedade, o que é comum quando se trata de alterações em equipamentos ou serviços. Que avaliação você faz passado esse período?

O balanço destes dois anos de ambos os contratos é bastante positivo. Os mil relógios que temos hoje por toda a cidade foram instalados em apenas onze meses, antecipando a previsão contratual em um mês. Isso não é pouco porque esse tipo de equipamento requer uma instalação mais delicada, com conexões de energia e internet e obra nas calçadas. O mesmo vale para os abrigos que, além disso, precisam ser instalados em calçadas com as medidas adequadas à legislação vigente, piso podo tátil e espaço para cadeirantes e para pedestres transitar. A instalação do abrigo é mais complicada ainda e foi feita em tempo recorde.

Para se ter uma ideia, a partir do segundo mês do contrato, as instalações dos abrigos veio acontecendo em um ritmo acelerado com 240 implantações por mês, sendo que hoje estamos com 250 abrigos instalados a mais do que previa o cronograma de instalação, com um mês de folga.

E quanto às reclamações? Foram muitas nesse período.

As reclamações ocorridas não se referiam aos equipamentos em si, mas a alguns problemas específicos, com foco nos abrigos. O que ocorreu foi que alguns abrigos muito antigos estavam danificados, em situação precária, e podiam causar acidentes aos passageiros.

Fizemos um levantamento e verificamos que 575 abrigos estavam nessas condições. Estabelecemos um plano emergencial de remoção desses equipamentos, à época, e em um curto espaço de tempo todos estes abrigos foram removidos, porém a velocidade de reposição dos mesmos não foi e nunca seria a mesma. Com isso onde havia um abrigo, um espaço coberto, ainda que precário, foi colocado um totem de sinalização apenas, o que ocasionou as reclamações. Mas resolvemos esses problemas em poucos em meses.

Não tem mais nenhuma reclamação?

Tem sim. Mas não é bem uma reclamação, são pedidos de instalação de mais abrigos onde temos apenas totens, de abrigos sem iluminação, sem adesivo de linha. Tudo isso está sendo feito, mas não com a rapidez que o munícipe deseja, claro. Mas até o final deste ano, o parque todo estará instalado e essas questões, resolvidas, como estabelece o contrato.

E por que não se instala abrigos em todas as paradas?

Quem estabelece o sistema de transporte coletivo na cidade é a SPTrans. É ela quem avalia, através de estudos, a necessidade de instalação de um abrigo em determinada parada.
O que identifica uma parada de ônibus é o totem. Se houver um abrigo sem o totem, o ônibus não para. Dessa forma, se o munícipe entender que determinada parada precisa de um abrigo, deverá fazer este pedido à SPTrans que, então, irá avaliar se esta parada terá um abrigo ou não. A SPObras cumpre e fiscaliza o contrato, não pode mudar o que já está estabelecido pelo sistema de transporte coletivo na cidade. No entanto, posso antecipar que estamos fazendo estudos, em conjunto com a concessionária Ótima, para desenvolvermos um modelo de abrigo menor, que atenda à legislação vigente de acessibilidade, que caiba em calçadas menores, que são muitas na cidade.


Hoje, a SPObras tem um parque instalado de mil relógios nos quatro cantos da Capital. Que outras contribuições esses equipamentos trazem, além de informar clima, qualidade do ar e hora?

Os mil relógios que estão instalados por todo o município de São Paulo tem a seguinte distribuição: centro: 98 equipamentos; zona leste: 157; zona norte: 153; zona oeste: 295; e zona sul: 297 equipamentos.

Além das informações úteis de temperatura, qualidade do ar e horário oficial, os relógios interagem com a população de diversas maneiras como, por exemplo, com mensagens sobre interdições em vias, em caso de alagamentos, interdições por eventos como foi constante durante a Copa do Mundo de Futebol em dias de jogos no Estádio de Itaquera. Ainda durante a Copa do Mundo foram divulgados os resultados dos jogos todos os dias e ainda em datas festivas sempre os munícipes são presenteados com mensagens de congratulações. Este espaço também está reservado para divulgarmos informações institucionais da Prefeitura, como campanhas institucionais, programação de eventos durante o aniversário da cidade, ou ainda ações de SPObras como faremos com o Centro de Informações ao Cidadão – CIC, que prestará informações sobre as obras da empresa cujo título será “Disque SP em Obras”.

No início, quando se fazia o desmonte dos abrigos antigos para se instalar os novos, houve muitos questionamentos sobre a segurança e o conforto. Que cenário você vê hoje, em relação a este tipo de reclamação?

Houve um estranhamento inicial relacionado ao fato de a cobertura dos primeiros abrigos serem de vidro, o que levantou dúvidas quanto ao conforto térmico e à segurança dos passageiros quanto ao rompimento do vidro e sua consequente queda sobre os mesmos podendo ocasionar ferimentos. Estas questões foram solucionadas com a fixação nos vidros de uma serigrafia listrada que funcionou como um quebra sol e com a verificação de que os vidros são do tipo laminado, possuindo uma lâmina de resina entre duas ou mais placas de vidro. Esta resina não permite que os estilhaços do vidro se desprendam e atinjam as pessoas, caso este se quebre. Entendemos esse questionamento e essa suspeita, até porque este é um equipamento novo que as não conheciam, apesar de ser largamente usado, há décadas, nos Estados Unidos e na Europa.

Em um segundo momento, os vidros foram substituídos por uma cobertura de policarbonato protegida com chapa de aço com furos redondos, como uma moeda, que tem a função de “quebrar” o sol e de evitar que possíveis lascas do produto caiam sobre os passageiros, no caso de alguma ocorrência.

A mídia hoje não aponta mais estes assuntos, tendo reportado mais problemas operacionais, mas continua nos enviando denúncias de munícipes. A crítica melhorou, depois do entendimento do contrato. Essas críticas eram esperadas porque se trata do maior contrato de concessão de mobiliário urbano do mundo e com certeza um dos contratos mais fiscalizados da Prefeitura.

Basta dizer que, apenas nos dias úteis, os pontos de ônibus da cidade recebem quatro milhões e meio de usuários que realizam cerca de dez milhões de viagens nos coletivos. A nosso ver, o número de queixas é baixo sendo menos de uma por dia, normalmente. Mas é bom ressaltar que a reclamação é para a colocação de mais abrigos – como já falamos.

Fale um pouco sobre ações de vandalismo. Quanto elas representam em relação ao total de equipamentos? Tem sido satisfatória a reposição dos abrigos danificados?

A questão do vandalismo envolvendo quebra de equipamentos é muito baixa e a correção dos danos, por parte das concessionárias dos relógios e abrigos tem sido muito ágil e satisfatória. Este índice não chega a 0,4 % do total de equipamentos. Se somarmos as pichações ou riscos nos vidros (incluindo a utilização de ácidos) o índice sobe para 3,8 % do total de equipamentos. Mas a boa notícia é que notamos que quando houve os movimentos e as manifestações pelo barateamento da passagem dos transportes coletivos, os manifestantes respeitaram os equipamentos, durante o período das manifestações em 2011. Contamos que as pessoas cuidem dos equipamentos, pois os relógios, abrigos e novos totens têm sido muito úteis e bem aceitos pela população.

Arquiteto Sérgio Rodrigues, gerente do contrato de concessão do mobiliário urbano.

 

Veja algumas fotos dos novos abrigos de ônibus e relógios de rua:

Novo abrigo com iluminação própria instalado na Av. Paulista

Novo relógio digital de rua instalado no canteiro central da Av. Paulista

 

Abrigos são instalados na snovas paradas de ônibus do corredor Inajar de Souza

 

Novos relógios digitais de rua mostram as horas, temperatura, campanhas da Prefeitura além de mensagens importantes para a população

 

Assessoria de Comunicação de SPObras

SP - 19/01/2014