Esportistas realizam sonho de garoto com paralisia

Em evento pró-pessoa com deficiência, atitude mostrou como a troca de experiências favorece a inclusão

A marquise do Parque Ibirapuera, ponto de encontro paulistano para prática de esportes, recebeu mais de 100 pessoas que participaram da celebração alusiva ao Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência realizada pelo Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo – CMPD/SP.

Entre esses participantes estava Andrei Almeida da Silva, 11 anos, com paralisia cerebral e cardiopatia congênita, absolutamente empolgado com os skatistas e patinadores fazendo manobras no local.

Ao perceber o entusiasmo de Andrei, Michele Clementino, 35, seu marido e filho de apenas 5 anos, ambos patinadores, se aproximaram e perguntaram para Andrei se ele aceitaria dar algumas voltas de patins. O garoto delirou aceitando o convite.

Com ajuda de Felipe Zambardino, o Zamba, amigo da família e também patinador profissional, Andrei calçou os patins e, segurado pela cintura o garoto, deu algumas voltas pela marquise. O sorriso de Andrei contagiou a todos no ambiente.

Eliana Cristina, mãe de Andrei, contou que onde ele vai faz amizades e adora experiências novas. “Ele é assim, não tem medo de nada, adora aparecer e fotografar”, conta dona Eliana, sorrindo.

A aventura ainda teve uma segunda etapa, pois Eliana convidou os esportistas a participarem do “Desafio da experiência o com deficiência”, percurso com diversos obstáculos para serem superados por pessoas usando cadeiras de rodas ou vendadas e com bengalas para simular deficiência visual.

“ O tempo todo você sente medo de cair, as piores partes foram as pedras e a rampa; se alguém cair, deve ser o pior tombo. Duro é saber que essas pessoas enfrentam isso todos os dias.”, declarou Felipe Zamba.

Michele e Agyei, seu filho, também experimentaram a cadeira de rodas e declararam que: “A parte mais difícil foi a da pedra, não conseguia passar ali” disse Agyei, enquanto Michele citou o valor do desafio para a conscientização da necessidade da mobilidade urbana para pessoas com deficiência.

“ Foi super emocionante, não imaginava como era difícil, só assim a gente percebe a dificuldade que eles (pessoas com deficiência) têm para circular pela cidade”.

Entre risos e trocas de experiências, os patinadores e a família de Andrei foram exemplo de que a inclusão da pessoa com deficiência está para além dos direitos previstos por lei, mas na responsabilidade de cada um por uma sociedade igualitária.

Veja as fotos da Experiência de Andrei