Em uma iniciativa inédita no País, a rede municipal de saúde, vai oferecer infra-estrutura para atendimento especializado às mulheres com deficiência. A partir de março, o Hospital Municipal Maternidade-Escola de Vila Cachoeirinha contará com camas especiais para exames ginecológicos, um mamógrafo que permite a realização do exame sem que a paciente precise sair da cadeira de rodas, leitos que mudam de altura por comando eletrônico e lifters – espécie de guindaste para transferir a paciente para o leito.
O secretário municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida destaca que, ao contrário do que alguns ainda podem pensar, a mulher com deficiência também exerce sua sexualidade e necessita dos mesmos cuidados para prevenir e combater problemas ginecológicos como a endometriose, câncer de mama e útero, infecções pelos vírus HPV, HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. “Mais que isso, elas têm o direito de engravidar e receber um acompanhamento médico adequado”, afirma.
O projeto tem um aporte de R$ 250 mil da SMPED e um de seus objetivos é ser pioneiro na geração de conhecimento em um campo de estudo ainda pouco explorado dentro e fora do país: a sexualidade e a saúde geral da mulher com deficiência.
Para o médico Diretor de Assistência do hospital, os médicos em geral ainda têm certa dificuldade na abordagem e no trato de pacientes com deficiência. “Equipamentos adequados ajudam a lidar com esse público de forma apropriada, garantindo mais conforto”, explica.
Na prática, os recursos colocados à disposição do hospital também devem beneficiar outra parte de sua clientela, composta por pacientes obesas, idosas e pacientes com mobilidade reduzida devido a problemas oncológicos.
Depois da unidade de Cachoeirinha, o projeto completo – equipamentos, manual e treinamento – será levado a outros hospitais da rede municipal.
Estima-se que 25 milhões de brasileiros tenham algum tipo de deficiência (projeções com base no Censo 2000 do IBGE). E, desse total, 27% apresentem deficiência física. Não há informações sobre o número de mulheres com deficiência.
Pesquisa
Além dos equipamentos já instalados no hospital, a SMPED vai elaborar – com apoio do corpo clínico do hospital e outros especialistas – um manual de procedimentos que será utilizado para treinar os profissionais de saúde envolvidos no atendimento.
A proposta é que esse manual aborde desde aspectos comportamentais até características morfológicas decorrentes da deficiência, encampando ainda ações capazes de prevenir a presença de algum tipo de deficiência no feto.
Etapas:
• Adequação do espaço físico
• Treinamento do corpo clínico (acolhimento, aconselhamento pré-gestacional e técnicas específicas/adaptadas)
• Aquisição de equipamentos
Cronograma:
• Março 2010 – projeto em operação no HM Nova Cachoeirinha
• Final de 2010 – projeto implantado em mais quatro hospitais
• Até 2012 – capacitação de toda a rede municipal
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