Crianças em abrigos apresentam déficits cognitivos

Quanto maior a exposição às situações de vulnerabilidade social, menor é o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes até 18 anos

A secretaria municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) promoveu na segunda-feira (19/08), o seminário: Abrigamento para crianças: consequências para o desenvolvimento integral. O evento aconteceu no Solar da Marquesa de Santos e contou com a participação da primeira dama de São Paulo Ana Estela Haddad e da secretária da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (SMPED) Marianne Pinotti.

Por parte da SMADS, a Secretária Luciana Temer apresentou dados sobre o panorama atual de acolhimento de crianças e adolescentes em São Paulo. E demonstrou a preocupação em inverter a cultura da institucionalização que isola e segrega para um contexto de inserção na comunidade que garanta vínculos, direitos e proteção.

O professor convidado da Universidade de Harvard, Charles Nelson, explanou sobre estudos científicos que revelam níveis diferentes de desenvolvimento cerebral e cognitivo entre crianças vivendo em abrigos e com a família. Segundo o palestrante, os níveis de QI (quociente intelectual) evoluem das crianças em condição de vulnerabilidade em abrigos para aquelas que têm o alicerce familiar.

É com base nessas discussões e em dados constantes nas bases atuais e legais relacionadas às questões de abrigamento, que se objetiva desenvolver políticas públicas transversais para a minimização e resolução dessas demandas sociais. A SMPED terá função relevante no processo ao articular com a SMADS ações voltadas ao atendimento de crianças e jovens com deficiência, seja em abrigos ou na inserção familiar através de programas de guarda subsidiada, família acolhedora e adoção.