Qualificação profissional gera empregos para pessoas com deficiência

Curso “Qualidade de Atendimento ao Cliente” forma 266 alunos. 40% estão empregados

Sec. do Trabalho

 

O curso de capacitação profissional para pessoas com deficiência “Qualidade de Atendimento ao Cliente”, promovido pelas secretarias do Trabalho (SMTrab) e da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida (Seped) e pelo Instituto Paradigma, teve balanço positivo. Em pesquisa realizada com ex-alunos do curso, 40% estão empregados, a maioria em funções administrativas.

Esse resultado foi comemorado nesta terça-feira (24), no Auditório da Prefeitura Municipal de São Paulo, com a presença do secretário municipal do Trabalho Geraldo Vinholi, do secretário Especial da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida, Renato Correa Baena, da presidente do Instituto Paradigma Luiza Russo, além de ex-alunos.

Iniciado em fevereiro de 2006, o projeto teve 10 turmas e 266 pessoas com deficiência formadas. A Secretaria Municipal do Trabalho contribuiu com o banco de currículos do CAT (Centro de Atendimento ao Trabalho) e os espaços para ministrar as aulas. Com isso, foi possível melhorar a captação dos alunos e o acesso dos participantes ao curso. O conteúdo foi distribuído em seis módulos: ingressando no mercado de trabalho; desenvolvendo habilidades; comunicação; o mundo corporativo; apresentação em público e qualidade de atendimento.

As turmas, com capacidade para até 40 alunos, participavam das aulas gratuitamente e receberam material didático acessível a todas as deficiências. Bastava preencher os requisitos básicos: ensino fundamental completo ou incompleto, ter deficiência física, visual, intelectual ou auditiva e mais de 18 anos de idade.

Dos 266 alunos que participaram do curso, 47% já tinham experiência profissional anterior; 67% concluíram o ensino médio e 11% o superior. A idade média dos participantes foi muito variável, com a maior concentração (21%) entre 18 e 24 anos. A maioria (31%) está contratada há menos de seis meses, mas já há um porcentual considerável (18%) de pessoas trabalhando há um ano. Para 45% deles, o curso “ajudou muito” a conseguir a colocação.

“O curso me ajudou a entender as outras deficiências e perceber que o mercado de trabalho está aí, para todo mundo. Deu autoconfiança, ensinou a me posicionar na sociedade e, isso, foi decisivo na hora da entrevista de emprego”, conta Mariane de Faria Coco, 25 anos, com deficiência visual, que fez o curso em fevereiro. Ela, que já trabalhava como massagista em uma coligada do Grupo Portugal Telecom, foi contratada há dois meses como auxiliar administrativa do Banco Ibi, passando a acumular as funções.

Aluno da segunda turma, Sérgio de Souza Costa, 32 anos, viu no curso uma oportunidade de voltar ao mercado de trabalho. Cadeirante há quatro anos, vítima de um assalto, conta que só depois do curso teve confiança para buscar uma recolocação profissional. Há sete meses no setor de Atendimento ao Corretor, da Porto Seguro, afirma que usa tudo o que aprendeu: “Meu trabalho é resolver as dúvidas dos corretores. Eles são meus ‘clientes’ e precisam ser muito bem atendidos”.