Nova Praça da Sé: mais um presente para São Paulo

Depois de passar pela maior reforma de sua história, a Praça da Sé é reaberta ao público dentro das comemorações dos 453 anos da cidade. Completamente revitalizada, a Nova Sé ganhou melhor circulação e maior visibilidade, além do restauro de suas esculturas e do espelho d'água, mudanças no paisagismo e acessibilidade para pessoas com deficiência e com mobilidade reduzida.

A Nova Sé ganhou melhores circulação e visibilidade

As obras começaram no final de maio e foram executadas por um consórcio formado pelas empresas Este Engenharia e Araguaia Engenharia, que também está finalizando a reforma da Praça da República, prevista para ser entregue em seguida, no mês de fevereiro. O projeto das duas praças, definido em conjunto entre a Emurb e o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), órgão ligado à Secretaria Municipal de Cultura, foi gerenciado pela Subprefeitura da Sé e contou com suporte do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Com investimentos de R$ 4,1 milhões, a Praça da Sé teve canteiros e jardineiras rebaixados, possibilitando a ampliação dos espaços de circulação e o aumento do campo visual. Para interligar os vários níveis da praça, surgidos em razão da chegada do Metrô nos anos 70, foram construídas duas passarelas metálicas sobre o espelho de água e rampas de acesso especiais, o que faz da praça um local acessível a pessoas com deficiência. Melhorias na iluminação também aumentam a segurança de quem passa pela praça, além de promover o interesse turístico noturno. A Rosa dos Ventos, que representa o Marco Zero da cidade, próxima à Catedral da Sé, também foi remodelada.

Uma das novidades da área central da praça é a reativação da fonte localizada no espelho de água, ao redor do qual foram implantados canteiros de solo alagado, com vegetação típica de terras inundadas, como as espécies rainha azul dos lagos, papiro, íris aquático, rainha branca dos lagos, mureré, chá do brejo, lírio da paz aquática e almeirão do brejo.

As esculturas ganharam iluminação especial e estão valorizadas enquanto elementos arquitetônicos e paisagísticos. A área verde também ganhou uma nova modelagem, realizada com o apoio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Foi feito o plantio de 94 árvores, como ipês-brancos, quaresmeiras, palmeiras-jerivás e aroeiras-salsas, além do transplante de outras de 41 árvores, realocadas na própria praça. Outras 17 árvores mortas ou doentes foram retiradas e 13 foram transplantadas para a Marginal Tietê, entre as pontes da Casa Verde e Cruzeiro do Sul, dentro da área de atuação da Subprefeitura da Sé.

História da Praça

A origem da Praça da Sé vem do surgimento do Largo da Sé, na segunda metade do século XVI. Naquela época, teve início a construção da Igreja Matriz, finalizada no começo do século XVII. Em meados do século XVIII, o templo foi demolido e deu lugar a outro, mais moderno. Em 1911, todo o local veio abaixo para a construção de uma nova praça, muito maior, e de uma catedral.

Em 1934, a Praça da Sé recebeu o Marco Zero da cidade. Em 1952, passou por um trabalho de reurbanização para as celebrações do 4º Centenário da cidade, comemorado em 1954, ano da inauguração da atual Catedral, que manteve o seu aspecto nesses mais de 50 anos.

No início da década de 1970, a Praça da Sé passou pela maior reforma até então, tocada para a implantação da estação Sé do Metrô. José Eduardo de Assis Lefèvre coordenou um grupo de profissionais que desenvolveu o projeto paisagístico. Para isso, foi necessário demolir todo um quarteirão, o que alterou o desenho da praça. A nova configuração englobou a Praça Clóvis Bevilácqua. A inauguração da estação aconteceu em 1978.