Rodrigo Furlan - Seme

Enquanto a maioria dos atletas do Clube dos Paraplégicos de São Paulo (CPSP) se prepara para as grandes competições do mês de setembro, uma competidora em especial tem pretensões mais modestas em termos de torneios profissionais, mas bastante nobres para um deficiente: voltar a treinar.

Aos 48 anos, Nilda Martins esteve presente na pista de atletismo da Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo, na última quarta-feira depois de oito meses de estaleiro. A tricampeã paraolímpica do lançamento de dardo, arremesso de disco e arremesso de peso, que passou por uma intervenção cirúrgica num dos ombros, mal podia conter a alegria: "já estava com saudades de estar aqui!".

Campeã nos anos de 2003, 2004 e 2005, Nilda, que ficou paraplégica devido à retirada de um tumor na medula, ainda não participou dos trabalhos orientados pelo treinador William Fernandes. "Ela precisa de um tempo para readquirir condicionamento, mas a presença dela e o contato com esse ambiente são muito proveitosos", explicou William.

Na expectativa para a retomada dos exercícios, Nilda confessa que passar esse período sem praticar esportes foi um sofrimento. "O atletismo é importante para mim porque com ele eu me sinto dentro da sociedade, me considero uma pessoa que tem importância. Agora o que eu quero é pegar novamente o ritmo de trabalho e voltar, aos poucos, à minha antiga forma", sentenciou a competidora.