Reforma das praças da República e Sé irá facilitar a circulação de pedestres e pessoas com deficiência

fonte: Secom

Intervenções nas duas praças começaram em maio passado, orçadas em R$ 7,2 milhões, dos quais R$ 6,4 milhões são financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e R$ 800 mil são recursos da Prefeitura.


A praça da República, que já foi palco de touradas, circo e de grandes manifestações populares, e a praça da Sé, marco zero da cidade, começam a recuperar as feições que tinham no início do século. Reformas realizadas pela Prefeitura de São Paulo vão trazer de volta características originais destes espaços, facilitar a circulação dos pedestres e valorizar a região central.

As obras, em execução pela Subprefeitura da Sé, foram vistoriadas nesta segunda-feira (21/08) pelo prefeito. “O projeto de revitalização do Centro contempla a valorização do patrimônio histórico e das áreas verdes da cidade. Até o início do ano de 2007, deveremos entregar as praças reformadas, com mais espaço e melhor aproveitamento pela população”, disse.

Acompanhado pelo secretário de Coordenação das Subprefeituras e subprefeito da Sé e pela presidente da Empresa Municipal de Urbanização (Emurb) o prefeito citou também a reforma da Biblioteca Mário de Andrade, que está em fase inicial de licitação, como parte da proposta de revitalização da área central.

As intervenções nas duas praças começaram em maio passado, orçadas em R$ 7,2 milhões, dos quais R$ 6,4 milhões são financiados pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e R$ 800 mil são recursos da Prefeitura.

Na República, a praça terá os canteiros rebaixados e cercados com gradis metálicos em forma de arco, recuperação do lago, novos pisos e despoluição visual. O local da obra foi cercado por tapumes, mas não houve interrupção das calçadas para circulação. O traçado será refeito e as sarjetas serão de material cerâmico, recuperando características do ano de 1905. As grades que circundam trechos da praça serão retiradas.

No trecho entre as ruas do Arouche e Sete de Abril, será executado projeto de despoluição visual, com rebaixamento dos canteiros, remoção e transplante de árvores e plantio de uma fileira de palmeiras, delimitando a área entre o edifício Caetano de Campos (sede da Secretaria Estadual da Educação) e a praça. Serão colocados novos pisos e as esculturas passarão por limpeza, identificação e iluminação. As ações vão valorizar as figuras retratadas nas esculturas de Caetano de Campos, Bernardino de Campos, Cesário Motta, Robert Baden Powel, além da obra do Mercúrio em Repouso.

A área central da praça receberá novos pisos e o coreto terá nova iluminação. Nos lagos, haverá correção dos traçados, impermeabilização e implantação de canteiros aquáticos, com reforma do sistema hidráulico e de oxigenação, possibilitando o desenvolvimento de espécies aquáticas. As reformas não comprometem o funcionamento da EMEI (Escola Municipal de Educação Infantil) Armando de Arruda Pereira, que atende 450 alunos da faixa etária entre três e seis anos.

Circulação na Sé

Entre os principais benefícios propostos pelas intervenções na praça da Sé está a reativação de duas portas de acesso à estação do metrô, localizadas defronte ao lago, que será viabilizada com a reordenação da posição das esculturas. A circulação de pedestres também terá maior fluidez com o rebaixamento dos canteiros suspensos e a construção de passagem sobre o espelho d´água.

O projeto, definido em conjunto entre a Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e o DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) prevê eliminação ou rebaixamento das jardineiras e canteiros para ampliação dos espaços e do campo visual. A interligação dos vários níveis do piso da praça (construídos com a chegada do metrô, na década de 70) será feita por passarelas metálicas e rampas de acesso especiais, que facilitarão a circulação de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.

Uma das novidades da área central da praça é a reativação da fonte, localizada no espelho d´água. Outra mudança será o rearranjo paisagístico, realizado sob orientação da Secretaria do Verde e Meio Ambiente. Está previsto plantio de 94 árvores na área da praça e de 348 exemplares em área pública na avenida Castelo Branco.

Serão espécimes de ipês-brancos, quaresmeiras, palmeiras-jerivás e aroeiras-salsas, entre outras. Durante a execução da obra, serão removidas 17 árvores mortas ou que foram atacadas por cupins. Outras 13 serão transplantadas para a marginal Tietê e 41 serão transplantadas para outros locais dentro da própria praça.

História

A praça da República era um espaço para atividades bastante distintas, como comemorações cívicas e pasto de animais - esta, aliás, originou o nome Largo dos Curros, no início do século XIX. O local também foi palco de circos e touradas. Em 1867, foi rebatizado como Largo Sete de Abril. O nome atual data de 1889, quando foi proclamada a República.

Em 1894, a praça ganhou o primeiro grande marco, a Escola Normal, hoje conhecida como edifício Caetano de Campos, que abriga a Secretaria Estadual da Educação. Em 1905, após uma grande reforma, a praça da República foi entregue totalmente remodelada à população.

A origem da praça da Sé data de 1588, ano em que surgiu o Largo da Sé. Dez anos depois começou a construção da Igreja Matriz, concluída em 1616. Em meados do século XVIII o templo foi demolido e deu lugar a outro. Em 1911, todo o local foi demolido para a construção de uma praça maior e de uma catedral.

Em 1934, a praça da Sé recebeu o marco zero da cidade. Em 1952, teve início a reurbanização para as celebrações do 4º Centenário da Cidade, ocorrido em 1954, ano da inauguração da Catedral, já com o atual aspecto. No início da década de 1970, a praça passou pela maior reforma até então, para a implantação do metrô. Houve a demolição de todo um quarteirão, o que alterou o desenho original. A nova configuração abrangeu também a praça Clóvis Bevilácqua.