Voltando a ser criança, atividades estimulam mães e profissionais da saúde na importância da inclusão

São 110 oficinas organizadas pela Secretaria da Pessoa com Deficiência que propõe um exercício de inclusão principalmente as crianças na primeira infância

“Vivenciar e compartilhar é o caminho para a inclusão começar a acontecer no dia a dia e fazer parte da nossa vida”, esta foi a emocionante impressão de Mayara Ribeiro, após participar de uma das oficinas do “Brincar Inclusivo”, organizada especialmente em comemoração pelo Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, celebrado dia 3 de dezembro. Estas oficinas foram apenas quatro das 110 atividades organizadas pela Secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida num exercício de inclusão principalmente as crianças na primeira infância.

As oficinas foram realizadas no CER M’Boi Mirim e na Biblioteca Monteiro Lobato que reuniu mães, professores, assistentes sociais, entre outros, para descobrir o quão é grandioso é do ato de brincar com crianças com e sem deficiência.
Voltando aos tempos de infâncias e relembrando suas brincadeiras favoritas, os encontros trouxeram à luz importância em pensar em atividades que desconstruam barreiras, possibilitando a inclusão plena desde a primeira infância.

“A nossa ideia é não deixar nenhuma criança da cidade fora das brincadeiras e nos propomos a construir isso junto com as famílias, com os professores, profissionais de saúde e demais interessados que atuam em espaços de convivência e lazer. Todas as áreas da vida, incluindo também as atividades lúdicas, precisam ser ocupadas por todos juntos, pessoas com e sem deficiência. Que a diversidade esteja em todos os lugares”, falou a secretária municipal da Pessoa com Deficiência Marianne Pinotti.

Cada workshop tem duração de três horas e explora conceitos teóricos e práticos, além de propor a experiência de vivência, onde os participantes brincam se colocando no lugar como se fossem crianças cegas, surdas ou com deficiência física. “Fiquei muito surpresa, pois eu não esperava que as oficinas fossem tão ricas de informações. Gostei bastante desta proposta de não só ficar na teoria e sim propor a prática e a vivência.”, disse Priscila Maciel, que participou da atividade de artes plásticas.

Em uma pequena sala do Centro de Especializado em Reabilitação (CER) M’Boi Mirim, zona sul da capital, mais de 15 mãe e bebês, além de psicólogos, fisioterapeutas, médicos e enfermeiros participaram da oficina ‘Brincadeiras para Bebês: explorando situações desafiadoras’. Agitado e divertido, teve um telefone sem fio que acabou com palavras bem diferentes do que as propostas no começo da atividade e muitas musiquinhas inventadas na hora pelas mamães, atividade esta que as oficineiras apontaram como um interessante estímulo para a concentração dos pequenos nas atividades realizadas. Uma roda de conversa se formou no tatame, onde a troca de sensações e sentimentos foi o ponto alto do encontro.

"Vou levar muito aprendizado, vou brincar, estimular. Estou me divertindo e aprendendo ao mesmo tempo", contou Ester Damaris Leite com a pequena Keila de dois meses e meio no colo. No início, Ester teve dúvidas se a filha, ainda tão pequena aproveitaria as propostas e se surpreendeu com o envolvimento. Confessou, porém, que quem mais brincou mesmo foi ela.

Enquanto o bebê Arthur se entretinha com uma fina laranja, usada na dinâmica de apresentação das mães, A mãe Nicole Ferrreira de Souza teve um tempinho para refletir sobre os aprendizados da atividade. "Está sendo uma experiência boa porque a gente pode conviver, pode ver o desenvolvimento daquela criança", disse e ainda acrescentou que era a primeira vez que participava de uma roda de brincadeira com crianças com e sem deficiência. Sobre a convivência dos pequenos em sala de aula, por exemplo, Nicole acha que todos devem estar juntos, "sem nenhum preconceito, sem nenhuma diferença".

Já na Biblioteca Municipal Monteiro Lobato, mais dois workshops agitaram à tarde do dia 3 de dezembro. As oficinas de artes plásticas e contação de histórias reuniram cerca de 30 pessoas que voltaram ao universo infantil por meio de tintas, giz de cera, desenhos e muitas histórias.

Oficinas Brincar Inclusivo

Até janeiro de 2016, a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida oferecerá 110 oficinas sobre o Brincar Inclusivo para crianças de 0 a 6 anos, com o intuito de capacitar mais de três mil pessoas sobre práticas acessíveis do brincar, incluindo técnicas corporais e manuais. Em janeiro, o “Brincar Inclusivo” fará parte da programação do Recreio nas Férias, programa da Secretaria Municipal de Educação, que promove atividades culturais e esportivas para crianças de até 14 anos, durante as férias.