Pessoas com deficiência elogiam estrutura da Virada da Solidariedade, se dizem acolhidas e realizam sonho

Jovem com transtorno do espectro do autismo conseguiu conhecer a cantora Elba Ramalho; palcos têm áreas reservadas, rotas acessíveis e sinalização

A Virada da Solidariedade foi de emoção e sonho realizado para pessoas com deficiência que assistiram aos shows nas áreas exclusivas elas montadas nas 12 arenas distribuídas pela Prefeitura em todas as regiões da cidade. 

Diante do palco da Arena Campo Limpo, na Zona Sul, Giovana, de 18 anos, mal podia acreditar que havia vencido a barreira de estar em meio a tanta gente e música alta para ver de perto a cantora Elba Ramalho, de quem é fã desde os 4 anos, quando a ouviu pela primeira vez e disse que iria conhecê-la. “Não costumo gostar de muvuca, não gosto de barulho, mas às vezes tenho que arriscar certas coisas. E hoje valeu a pena”, disse Giovana, que tem transtorno do espectro autista.

O sonho foi realizado ao final do show, quando a promotora PCD Thaís, 34 anos, ela também uma pessoa com deficiência, conseguiu pedir para a produtora da cantora para atender à jovem fã. “Eu falei ‘fica tranquila, curte o show, porque você vai realizar o seu sonho’. Vim aqui, conversei com a produtora, que liberou e ela conheceu a Elba. Ficou muito emocionada. A vida é feita de momentos e ela viveu esse momento”, descreveu Thaís.

Ela é uma das cerca de 50 pessoas com deficiência que foram levadas pela Prefeitura para acolher e dar informações durante o evento. ”Estou gostando bastante da acessibilidade e vendo que as pessoas que estão vindo ver os shows também estão gostando, estão felizes. E eu acho que isso é o importante, a inclusão, e a Prefeitura arrasou na inclusão neste ano”, disse a promotora.

Todos os palcos contaram com áreas reservadas, rotas acessíveis e sinalização para pessoas com deficiência. Foi isso que deu tranquilidade para a cozinheira Risolene Oliveira da Silva, que é cadeirante, a assistir ao show de Elba Ramalho com a cachorrinha Docinho. Ela também elogiou a campanha por donativos para a população do Rio Grande do Sul. “A iniciativa da Prefeitura é importante para ajudar a população de lá.”

No Palco Parada Inglesa, na Zona Norte, onde esperava pelo show da cantora Glória Groove, Brenda Marques, que tem paralisia cerebral, elogiou a estrutura para PCD. “Eu gosto muito dessa área, porque é como se fosse um camarote.”

Os shows foram acompanhados por intérpretes de Libras. Tarefa que nem sempre é fácil para esses profissionais quando os artistas resolvem improvisar. “Geralmente passam o material antes, para a gente ver as músicas e estudar para estarmos prontos para o que vai acontecer. Pode ser que uma música ou outra o artista mude no meio e a gente tem que fazer. Aí, só vai”, brincou a intérprete de Libras Giovana Teodoro, logo após o show do cantor Xamã e à espera da cantora Glória Groove no Palco Parada Inglesa, na Zona Norte.

Além das atrações em Libras, as pessoas surdas e com deficiência auditiva  contaram com o aplicativo da Central de Intermediação em Libras (CIL) como um canal para tirar dúvidas sobre: palcos com Libras, endereços e horários da programação. Dentro do app CIL SMPED tem um ícone ‘Virada Cultural’ para a comunidade surda ficar por dentro de tudo que vai rolar no evento.

As novidades não pararam por aí, os usuários surdos da CIL ou os produtores da Virada se comunicaram durante o evento, via aplicativo, com informações, atendimento em postos médicos, ou até mesmo para tirarem alguma dúvida para acessarem as áreas reservadas e muito mais. 

O serviço realiza a mediação na comunicação entre pessoas com deficiência auditiva e surdos no atendimento de qualquer serviço público instalado na cidade de São Paulo e é coordenado pela Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência de São Paulo.