Deu na Imprensa - Estande da Lei Cidade Limpa terá anúncios

O Estado de S. Paulo - 24/11/2009

Prefeitura de SP vai apresentar na Expo Xangai projeto que retirou outdoors da rua com ajuda da iniciativa privada

Rodrigo Brancatelli

Um pequeno Copan feito de placas de compensado, recheado de imagens de uma São Paulo sem placas de publicidade, sem tanta poluição, sem trânsito e sem estresse. É assim que a capital paulista vai ser representada na Expo Xangai 2010, o mais importante evento internacional de urbanismo, que ocorre regularmente desde 1851. Durante os seis meses de duração da exposição, de maio a outubro do ano que vem, estima-se que pelo menos 70 milhões de pessoas visitem os estandes de 239 países e 55 cidades escolhidas pela organização do encontro.

Com o lema Melhor Cidade, Melhor Vida, a Expo Xangai pretende chamar a atenção para a necessidade de construir uma vida melhor nos ambientes urbanos, justamente em uma época em que a população urbana do planeta se tornou pela primeira vez mais numerosa do que a rural. Além dos estandes construídos pelos governos nacionais, essa será a primeira vez que as maiores metrópoles mostrarão suas ideias para um futuro melhor - São Paulo ficou em quarto lugar entre os melhores projetos apresentados e terá 400 metros quadrados de área para apresentar o programa Cidade Limpa, que aboliu os outdoors da cidade.

O estande paulistano, projetado pela cenógrafa Daniela Thomas (responsável pelo Museu do Futebol), será construído e mantido pelos 184 dias de exposição com um orçamento de cerca de R$ 4,5 milhões. A cidade holandesa de Roterdã, cujo estande será vizinho de São Paulo, vai gastar R$ 30 milhões para mostrar a sua experiência com o transporte fluvial metropolitano. Com a verba "enxuta", a Prefeitura terá agora de chamar empresas privadas para incrementar a programação paulistana na Expo - para vender a ideia do Cidade Limpa, São Paulo precisará da ajuda de patrocínio e vai abrir espaço para anúncios institucionais em seu estande.

"Essa é uma oportunidade única de mostrar São Paulo para o mundo", diz Alfredo Cotait Neto, secretário de Relações Internacionais. "Como nosso orçamento é restrito, todo o recheio do evento será oferecido para as empresas privadas participarem. Não é patrocínio, não queremos dinheiro, é apoio. Por exemplo, todo mês teremos uma programação diferente, sobre gastronomia, cultura, infraestrutura, ambiente, turismo. No mês da cultura, uma empresa poderá nos ajudar a levar o balé da cidade ou a orquestra sinfônica. Ou quando falarmos de recursos hídricos, a Sabesp pode ajudar com alguma exibição. Em contrapartida, essas empresas poderão usar um espaço do estande para fazer reuniões, um happy hour com clientes, além de exibir a marca", explica Cotait Neto.

Todos os logotipos exibidos no estande terão necessariamente de seguir os preceitos do Cidade Limpa, segundo a secretaria. Mas mesmo com essa restrição orçamentária e dependendo da ajuda da iniciativa privada, São Paulo vai para Xangai pensando alto. A intenção da Prefeitura é lançar candidatura para ser a sede da Exposição Universal em 2020, logo depois de Milão, que recebe o encontro em 2015.

"Esse é o terceiro maior evento propulsor de negócios, atrás da Olimpíada e da Copa do Mundo de Futebol", diz o secretário. "Já temos até o apoio de Milão nessa empreitada de trazer a Expo para a nossa cidade. Não adianta trazer a Olimpíada para cá, não é a nossa vocação. Queremos, na verdade, ser o principal polo de desenvolvimento da América do Sul."

Fonte: Jornal O Estado de S. Paulo - Metrópole - 24/11/2009