O volume de negócios entre a República Tcheca e o Brasil é da ordem de US$ 450 bilhões. Somente o comércio bilateral entre o país do leste europeu e a cidade de São Paulo atinge US$ 21 bilhões. Aumentar esse números e diversificar a pauta de exportações são objetivos comuns das duas nações, como demonstrou a visita do presidente da República Tcheca, Václav Klaus, ao Brasil. Acompanhado de uma delegação de empresários de diversos setores, Klaus participou na manhã desta quarta-feira, dia 25, de um Seminário e Encontros de Negócios na capital paulista.
"O fomento do intercâmbio comercial entre países é uma forma de estreitar o relacionamento entre os povos", disse o presidente da Associação Comercial de São Paulo. Segundo ele, o aumento do comércio exterior é fundamental para a recuperação econômica. Ele lembrou que a entrada em vigor do acordo sobre cooperação econômica e Industrial entre Brasil e a República Tcheca, assinado em Praga em abril de 2008, é um marco para a ampliação dos negócios entre os dois países. Ele ressaltou que, após o impacto geral que abateu a economia mundial, as economias do Brasil e da República Tcheca apresentam fortes sinais de recuperação.
O secretário municipal de Relações Internacionais apresentou um vídeo sobre a cidade de São Paulo. Os líderes empresariais puderam ter uma breve noção da grandiosidade da maior metrópole da América do Sul e seu potencial para negócios. "O recente estudo da consultoria PriceWaterhouse Coopers aponta que o município deve se tornar a sexta cidade mais rica do mundo até 2025", informou o secretário acrescentando que São Paulo é uma cidade global cheia de oportunidades.
De acordo com o vice-presidente da Câmara de Comércio da República Tcheca, Ivan Voleš, o Brasil é o maior e mais atraente mercado da América Latina. "Nossa intenção é ampliar as trocas comerciais", reforçou. O presidente tcheco fez questão de ressaltar a estabilidade do Brasil. Ele, que esteve no País quando era vice-presidente da República, ficou impressionado com o desenvolvimento brasileiro. "O Brasil tem todas as condições de deixar de ser um país em desenvolvimento para se tornar um país desenvolvido".
Após o seminário, Václav Klaus fez uma palestra na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) sobre a Revolução de Veludo, iniciada 17 de novembro de 1989, e pela qual a Tchecoslováquia depôs o governo comunista no país. Em dezembro daquele ano, Václav Klaus entrou na vida política ao se tornar ministro das Finanças. Em 1994, houve a dissolução da Tchecoslováquia em duas nações independentes: a República Tcheca e a Eslováquia.
No jantar oferecido pelo prefeito de São Paulo, o presidente Tcheco disse que a capital paulista é o portão de entrada da América do Sul. "O Brasil e a República Tcheca são países amigos. Temos interesse em ver frutificar as relações bilaterais entre as duas nações", afirmou. Na presença de representantes do governo e líderes empresarias tchecos, secretários municipais entre outras autoridades brasileiras, o prefeito ressaltou que a República Tcheca é um exemplo de transição pacífica para uma democracia e hoje é um país de liberdade e empreendedorismo. O prefeito disse que São Paulo se orgulha da tradição de tolerância e hospitalidade. "A diversidade cultural, para a qual contribuíram também imigrantes tchecos, é o maior patrimônio da nossa cidade".
Ele disse que espera que a missão tcheca ao Brasil frutifique em novas oportunidades. "A Prefeitura está pronta a dar todo o apoio necessário para que os fluxos de comércio e os vínculos de cooperação entre nossos países ganhem expressão cada vez maior", disse o prefeito em seu discurso. Nesta quinta-feira, dia 26, o presidente Václav Klaus, segue para Recife na última etapa da viagem ao Brasil.