São Paulo terá monotrilho

Sistema é utilizado em países como Japão, Malásia e Índia

Prefeitura de São Paulo vai investir em uma grande virada no transporte de passageiros na capital. A iniciativa, que prevê a implantação de 34 quilômetros de monotrilhos nas áreas de maior necessidade da Zona Sul, deve beneficiar mais de 1,5 milhão de passageiros.

Serão dois trechos a partir do terminal Jardim Ângela. Um vai até o Largo 13, em Santo Amaro, e, posteriormente, até a Vila Olímpia próximo a estação Vila Olímpia da CPTM. E o outrovai até a Vila Sônia, integrando com a linha 4 do Metrô, passando pelo Capão Redondo.

O monotrilho tem o objetivo de ampliar a capacidade do sistema municipal de transporte coletivo, garantindo segurança e conforto aos passageiros, sem sofrer interferências do trânsito. O novo meio de transporte é capaz de atender regiões de difícil relevo e alta densidade populacional, com implantação mais rápida do que o Metrô e com menor custo.

O Prefeito de São Paulo e o Secretário municipal dos Transportes visitaram a Ásia,  no mês de maio deste ano, onde conheceram os diversos modelos de Monotrilho utilizados na Coréia e no Japão. "Algumas regiões da periferia de São Paulo requerem atenção especial, porque em muitas delas existem impedimentos para a implantação de Metrô e até mesmo de novas linhas de ônibus e novas vias. Nestes casos o Monotrilho é uma ótima opção" ressalta o secretário dos Transportes.

Posteriormente, a SMT enviou uma equipe técnica para as cidades de Tóquio e Hiroshima, no Japão; Kuala Lumpur, na Malásia e Mumbai na Índia, com o objetivo de aprofundar os estudos do monotrilho, conhecer e avaliar os sistemas existentes nas cidades, considerando a possibilidade de sua utilização na capital paulista. Foram visitadas empresas operadoras, fornecedores de equipamentos, obras em andamento e também os gestores de trânsito daquelas cidades.

Monotrilho

O Monotrilho é um tipo de metrô leve, que utiliza pneus em vez de rodas de ferro e trafega sobre um trilho único, metálico ou de concreto (desenho anexo). Um monotrilho pode usar trens de quatro, seis ou oito vagões, de acordo com a demanda. Esses trens são mais leves e silenciosos que os do Metrô, e atingem velocidade de até 80 km/h.

É o único modelo de transporte no qual a via possui largura inferior a do veículo, o que além de exigir menos desapropriações contribui para sua melhor inserção na cidade. Cada trem do monotrilho que deverá ser implantado em São Paulo tem capacidade para circular com até 6 vagões, em intervalos de aproximadamente um minuto e meio, podendo transportar mais de 30 mil passageiros por hora.

O sistema permitirá também uma completa integração com outros meios de transporte, aumentando e melhorando a mobilidade da população. Com estrutura leve, o Monotrilho gera pouco impacto urbano nas regiões atendidas, tanto do ponto de vista físico, quanto arquitetônico. O Monotrilho é movido à energia elétrica, não polui o ar e é extremamente silencioso. Em caso de problemas na rede elétrica, seus dispositivos de segurança permitem levar os passageiros até a estação mais próxima.

Primeira fase

A Secretaria Municipal de Transportes está iniciando a primeira fase com o projeto básico de obras civis e sistemas, para definir em detalhes de engenharia, onde vai passar o monotrilho para elaborar a licitação das obras, dos sistemas e dos trens. O primeiro trecho a ser construído começa no novo Terminal Multimodal do Jardim Ângela, que substituirá o terminal atual. O novo terminal terá capacidade para receber o Monotrilho e suas áreas para manobra além de todas as linhas de ônibus que servem a região. Ele será associado a novos empreendimentos e terá acesso ao Hospital M'Boi Mirim.

Este trecho terá 11 km de extensão e ligará o Jardim Ângela, no extremo sul da cidade, ao Terminal Santo Amaro, seguindo um traçado alternativo ao do atual corredor de ônibus da Estrada do M'Boi Mirim, que será mantido e requalificado. Em seu percurso, o monotrilho se integrará com a linha 9 (Esmeralda) da CPTM, na Estação Socorro, e com a linha 5 (Lilás) do Metrô, na estação Santo Amaro (croqui anexo). A linha terá pontos a cada 900 metros e os trens vão circular com intervalos de aproximadamente 90 segundos. As estações de embarque contarão com um avançado processo de reurbanização e modernização da região, que pretendem incentivar o desenvolvimento sócio-econômico na área do entorno de toda obra.

Com recursos próprios, o que garante a entrega da primeira fase do Monotrilho ainda na atual gestão, a Prefeitura de São Paulo e a Secretaria Municipal de Transportes, através da SPTrans, irão implantar a primeira etapa do monotrilho em 2012.

Monotrilho no mundo

Por sua capacidade no atendimento de demandas de média intensidade, o monotrilho tem sido usado como complemento de sistemas de metrô convencional, como por exemplo, no acesso a aeroportos.  Em Tóquio, no Japão, a ligação por monotrilho entre o aeroporto de Haneda e a estação de Hamamatsu Cho, na região central, transporta cerca de 200 mil passageiros/dia.  O monotrilho de Osaka, também no Japão, atende a 100 mil passageiros dia, em 28 km de linha.

Mas desde a inauguração da tradicional linha de Seattle, a maior cidade do estado de Washington, nos EUA, o primeiro monotrilho urbano de nova geração em operação no mundo, vem aumentando seu uso como transporte urbano de massa. Em Seattle o monotrilho transporta 1 milhão e meio de passageiros por ano com segurança, conforto e qualidade no  serviço.

O monotrilho também está em operação em outras cidades do mundo como Kuala-Lumpur, na Malásia, e em Dubai, nos Emirados Árabes.  A linha de Chongqing, na China, que opera desde junho de 2005, possui 19 quilômetros de extensão e 18 estações e transporta atualmente cerca de 30 mil passageiros na hora de maior demanda, muito próximo da demanda estimada para São Paulo. Em Las Vegas, nos EUA, o sistema de monotrilho está sendo expandido e em Mumbai, na Índia, está em construção uma linha para grande demanda.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação - SMT